O parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a um projeto de lei que proibiria o Passaporte da Vacina em Santa Catarina esteve perto de ser derrubado na Alesc nesta terça-feira (22). A votação terminou empatada em 15 a 15, e foi preciso que o presidente da Casa, deputado Moacir Sopelsa (MDB), desse o voto de minerva.

Continua depois da publicidade

Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

A proposta foi arquivada, mas a discussão serviu de palco para que alguns deputados dessem um show de desinformação. Mais de dois anos depois do início da pandemia, e com mais de 21 mil catarinenses mortos por Covid-19, parlamentares se prestaram a um desserviço ao Estado, justamente no momento em que a dose de reforço custa a alavancar.

O espetáculo grotesto tinha endereço certo: a ruidosa plateia que aplaudia as manifestações favoráveis à proposta e vaiava os deputados que tentavam trazer o debate à luz da razão. Horas antes, os celulares dos parlamentares haviam sido inundados por mensagens de militantes antivacinas, pedindo apoio ao projeto.

Barreira para fake news sobre voto eletrônico que vem dos próprios candidatos é frágil

Continua depois da publicidade

No debate ficou claro que, a esta altura, alguns parlamentares ainda não entenderam, ou fingem não entender, que vacina é um pacto de saúde coletivo. Sobraram afirmações irresponsáveis, como a de que “não faz sentido obrigar a vacinação se os vacinados também se contaminam”. Pelo visto, ignoram o papel fundamental que elas têm em preservar o sistema de saúde. Talvez tenham esquecido que, antes das vacinas, tivemos centenas de pessoas na fila de espera por um leito de UTI e pessoas intubadas no corredor nos hospitais do Estado.

Antipetismo do PSD em SC freou apoio a Lula e ajuda projeto de Eduardo Leite

Sobrou até um “deixa as pessoas trabalharem”, como se a vacina impedisse o desenvolvimento econômico. Justo ela, que nos devolveu alguma liberdade e fez e a roda da economia voltar a girar.

Entre os que protagonizaram o show de horrores havia dois perfis: o dos extremistas, que encontraram eco no movimento antivacinas, e o dos oportunistas, que subvertem o discurso para abocanhar o eleitor desatento com o discurso da “liberdade individual”. O placar empatado é um sinal de alerta para Santa Catarina. Há que se prestar mais atenção no que ronda o Legislativo.

Participe do meu canal do Telegram e receba tudo o que sai aqui no blog. É só procurar por Dagmara Spautz – NSC Total ou acessar o link: https://t.me/dagmaraspautz

Continua depois da publicidade

Leia mais​

A reunião secreta de Gean Loureiro com PSD, Podemos PSDB e PP

Dario Berger cancela inscrição nas prévias do MDB

SC tem 4 das 10 cidades mais caras do Brasil para comprar imóvel​

Quanto custa alugar um apartamento de luxo em Balneário Camboriú no verão

Balneário Camboriú tem “disputa” de Cristiano Ronaldo e xeiques árabes por cobertura de R$ 50 milhões