A discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho, atualmente de 6 x 1, devolveu protagonismo à esquerda no debate político nacional, algo que não ocorria nos últimos anos. Com forte apelo popular, a PEC tem mobilizado trabalhadores que se identificam com todos os espectros poítico-ideológicos, que têm pressionado os parlamentares a aderir.
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O “pulo do gato” está no argumento da proposta, que envolve não apenas aumentar o tempo de descanso dos trabalhadores, mas permitir que estejam mais próximos da família. Isso conversa inclusive com o eleitorado conservador, com quem a esquerda tem dificuldades históricas.
Se a PEC vai vingar, são outros quinhentos. O assunto é complexo, há consequências para as micro e pequenas empresas que precisam ser equalizadas, e a pressão do empresariado é forte para barrar o avanço. Mas a aderência dos trabalhadores ocorre no momento em que a esquerda tenta um reposicionamento, uma espécie de rebranding, diante do avanço do conservadorismo e das pautas de direita, que dominam o Congresso Nacional – espacialmente a Câmara dos Deputados.
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Mesmo para o governo, a pauta parece ser espinhosa. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atrelou a redução da jornada a acordos trabalhistas com os sindicatos – o que é uma clara declaração de contrariedade à proposta, uma vez que esvazia o debate . Isso causou dissidência dentro da base governista. Entre os deputados de SC, pelo menos dois – Ana Paula Lima (PT) e Pedro Uczai (PT) confirmaram à coluna que assinarão o projeto.
Se por um lado a esquerda conseguiu pautar o debate como há muito tempo não fazia, por outro a adesão popular à PEC pode indicar que o governo Lula andará na corda-bamba na definição dos cortes de orçamento necessários ao ajuste fiscal. Nesta semana, o presidente reuniu-se por três horas com o ministro Luiz Marinho e o ministro da Previdência, Carlos Lupi – áreas que se mostram, de antemão, especialmente sensíveis à “tesourada”.
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