Um vídeo que circula nas redes sociais mostra três carros importados “desfilando” pela Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú, em meio aos atos de Sete de Setembro – uma Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche. Os três, com as cores da bandeira do Brasil.
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Divulgada pela página Santa Catarina em Fotos BR, a imagem é creditada a Rodrigo Santos.
O “protesto ostentação” é chamativo, e comprova um dado que aparece em todas as pesquisas eleitorais recentes sobre a intenção de votos para a presidência da República: a liderança de Bolsonaro (PL)o entre o segmento mais rico da população. São os cidadãos que declaram renda maior que cinco salários mínimos, acima de R$ 6 mil.
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No último levantamento da BTG Pactual, divulgada na segunda-feira (5), Bolsonaro tem 50% de votos entre os eleitores desse segmento, contra 29% do ex-presidente Lula (PT). A pesquisa Ipec, da semana passada, traz dados muito semelhantes. Aponta 47% de intenção de votos para Bolsonaro nessa faixa de renda, e 28% para Lula. Do ponto de vista econômico, é o segmento do eleitorado em que Bolsonaro tem mais vantagem sobre o ex-presidente.
Uma das explicações para que Bolsonaro tenha uma maior aprovação entre os mais ricos é uma percepção diferente da economia, que é considerada o ponto nevrálgico para o atual governo. Quem tem menor poder aquisitivo, e é mais impactado pela oscilação econômica, tende a levar isso em conta na hora de decidir o voto.
A má notícia para o presidente é que a fatia do eleitorado que recebe acima de cinco salários mínimos é minoria. A maior parte dos eleitores está nas menores faixas de renda, que sofrem diretamente os impactos da inflação e da crise.
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É por esse motivo que Bolsonaro lançou um “pacote de bondades” às vésperas da eleição, turbinando o Auxílio Brasil e puxando para baixo o preço dos combustíveis, numa tentativa de melhorar a percepção do eleitor sobre a situação da economia. Pela mesma razão, Lula fala em “devolver a picanha” ao churrasco de fim de semana.