Duas situações recentes sinalizam para a urgência de trazer as questões ambientais para o primeiro plano no debate eleitoral. De um lado, a tragédia monumental causada pela chuva que cobriu de dor e lama Petrópolis, no Rio de Janeiro. De outro, a seca que castiga a região Oeste de Santa Catarina, celeiro e motor de uma grande fatia da economia no Estado.

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Os especialistas vêm alertando há muito tempo que fenômenos climáticos serão cada vez mais comuns, como consequência do aquecimento do planeta. Já são, e os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) comprovam essa tendência. Regularmente, temos registrado a passagem de tornados e ciclones. Chuva de menos, chuva demais. É recorrente, por exemplo, afirmarmos que “choveu em um dia o que era esperado para o mês inteiro”. Tudo indica que nossos parâmetros é que ficaram defasados. O planeta mudou.

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Apesar dos indícios irrefutáveis, a emergência climática e suas consequências ainda ocupam espaço periférico nos debates eleitorais. Na política, de forma geral, meio ambiente é assunto de nicho, taxado como coisa de “ecochato”, de quem quer “frear a prosperidade econômica”. Aquecimento global e crise climática são conceitos tidos como abstratos e distantes.

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As políticas públicas ambientais são imediatistas e midiáticas. Por isso, ao mesmo tempo em que se aprovam leis para proibir os canudinhos de plástico e reduzir o lixo nos oceanos, outras proposições reduziram a proteção sobre o que resta das matas ciliares e assistimos ao desmonta da fiscalização ambiental.

Governos e legislativos estão cheios de ideias atrasadas sobre políticas ambientais, sua relação com o desenvolvimento econômico e a importância fundamental que elas têm para garantir sobrevida a atividades tão importantes quanto a agricultura, que coloca comida no prato. É urgente que a política se debruce seriamente sobre a questão ambiental – e, para isso, será fundamental cobrar dos futuros candidatos em SC posicionamento e propostas.

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