A tragédia que se abateu sobre São Sebastião, no Litoral de São Paulo, onde 40 pessoas morreram e mais de 2,4 mil estão desabrigadas ou desalojadas, uniu nesta segunda-feira (20) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos). Em lados opostos na política, ambos exaltaram a importância da união de esforços em um momento de dor.
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O encontro, protocolar, não é mais do que a obrigação de quem foi eleito para governar um país ou um estado. É quase incontornável numa sociedade democrática. Mas representa um avanço civilizatório no Brasil de 2023. Sinaliza que há limites para o embate político, para a dissidência ideológica, para a incivilidade. E eles precisam ser colocados em prática em momentos como este.
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O trato gentil entre Lula e Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura, incomodou as bases de oposição, que viram no movimento um ganho político para o presidente. Mas o governador fez bem em receber a parceria com o governo federal. Quando o sofrimento bate à porta, pouco importa para a população de que lado veio a ajuda, desde que ela chegue.
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Para Lula e Tarcísio, o desafio é garantir que a ajuda vá além das promessas. O primeiro obstáculo, de firmar parceria deixando as diferenças de lado, foi superado. O segundo é garantir que haja recursos e apoio suficiente para a reconstrução de prédios, estradas e vidas.
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Mas não só: é urgente que estados – todos eles – e governo federal unam esforços efetivos para fazer frente à emergência climática. Os fenômenos extremos, cada vez mais constantes, são o sintoma mais sensível do aquecimento global. Santa Catarina também passou por tragédias recentes.
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Não é mais admissível que o negacionismo climático exponha milhões de pessoas que vivem em áreas críticas no Brasil a risco de vida. Isso passa pela reorganização de prioridades no orçamento em todos os níveis – municipal, estadual e federal – por planejamento e por uma legislação que realmente leve em conta a questão climática, sem ideologias.
O trabalho é grande e urgente. Juntos, Lula e Tarcísio demonstraram que o primeiro passo, de deixar as diferenças de lado em nome do bem comum, é possível.
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