A semana começa com muitas dúvidas, ainda, sobre qual será a ‘cara’ do governo Daniela Reinehr (sem partido). Nesta terça, a governadora receberá um grupo de bolsonaristas vindos de Brasília, que virá ajudar a criar a marca do governo interino. A tendência é que a governadora tenha que optar entre a governabilidade e a fidelidade aos princípios mais caros ao grupo que a levou ao poder.
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A caneta de governadora foi entregue a Daniela Reinehr pela decisão do deputado Sargento Lima (PSL), que a livrou do afastamento contrariando o acordo prévio do Legislativo. Muito se comentou nos bastidores sobre as motivações de Lima – falou-se, inclusive, de um suposto telefonema do presidente Jair Bolsonaro ou da ministra Damares Alves. Pura especulação.
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A ligação de fato recebida pelo deputado foi a da advogada do presidente, Karina Kufa, que integrou a banca de defesa de Daniela. Ela ligou para agradecê-lo, logo depois que ele proferiu o voto no Tribunal de Julgamento.
O deputado diz que tomou a decisão sozinho, atendendo ao pedido de bolsonaristas catarinenses e sem ouvir a bancada do PSL, que votou em peso para impedir Daniela junto com Moisés em outras oportunidades. Com a vice elevada ao posto de governadora, no entanto, o cenário é outro.
O colega Anderson Silva destacou a pressão que já pesa sobre Daniela por parte da base bolsonarista na Alesc. Parlamentares como Jessé Lopes e Ana Campagnolo, que representam a ala mais ideológica do partido, devem seguir forçando uma guinada do governo a essas pautas.
Daniela sabe que deve a caneta ao voto do PSL no Tribunal de Julgamento. Mas também sabe, a partir do exemplo de Moisés, que não se governa sem base e bênção no Legislativo.
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A visita que fez ao presidente da Alesc, Júlio Garcia, antes do Tribunal de Julgamento – assim como a nota oficial que divulgou neste domingo (25), falando em união – apontam para uma inclinação ao consenso. É um movimento similar ao que fez Bolsonaro, ao se aproximar do Centrão.
Daniela terá que escolher entre aliar-se a pautas mais extremistas, ou buscar a coalizão e correr o risco de ser chamada de ‘traidora’ entre uma parte dos que lhe entregaram o poder.
A deputada federal paulista Carla Zambelli afirmou, nas redes sociais, que o governo Daniela será o primeiro do Aliança, o partido bolsonarista que ainda não vingou. A conferir o peso que essa perspectiva trará ao governo interino.
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