Oito partidos políticos, de diferentes vertentes, emitiram neste sábado (10) uma nota conjunta em defesa da democracia e contra falas golpistas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os presidentes do DEM, MDB, PSDB, Novo, PV, PSL, Solidariedade e Cidadania assinam o comunicado, em que afirmam que “nenhuma forma de ameaça à Democracia pode ou deve ser tolerada. E não será” (veja a íntegra abaixo).
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Em Santa Catarina, no entanto, as ameaças antidemocráticas do presidente da República tiveram pouco eco – pelo menos, por enquanto. Até a manhã deste sábado, a maioria dos parlamentares ignorou o assunto nas redes sociais.
Apenas dois, dos 19 parlamentares do Estado que atuam no Congresso Nacional, entre senadores e deputados federais, se posicionaram a respeito do golpismo de Bolsonaro. Os deputados Gilson Marques (Novo) e Pedro Uczai (PT) foram os únicos a fazer referência às falas do presidente.
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Gilson Marques recorreu à clássica frase de Winston Churchill: “Como diria Churchill: democracia é a pior de todas as formas de governo, excetuando-se as demais. A despeito de seus defeitos, uma das suas vantagens é a alternância pacífica de poder. Instigar ou ameaçar contra isso, além de absurdo, não ajuda em nada e só gera instabilidade”, escreveu.
Como diria Churchill: “democracia é a pior de todas as formas de governo, excetuando-se as demais”. A despeito de seus defeitos, uma das suas vantagens é a alternância pacífica de poder. Instigar ou ameaçar contra isso, além de absurdo, não ajuda em nada e só gera instabilidade!
— Gilson Marques (@gilson__marques) July 10, 2021
Já Pedro Uczai, que se manifestou ainda na quinta-feira (8), disse que o golpismo é um “delírio” de Bolsonaro: “No cercadinho do Alvorada, Bolsonaro tem mais um de seus delírios e joga capim para o gado mugir nas redes sociais. Não vão ser essas bravatas e nem notinhas ridículas de setores das Forças Armadas que vão impedir as eleições de 2022. Vai ter eleição e vai dar Lula”, escreveu.
No “cercadinho” do Alvorada, Bolsonaro tem mais um de seus delírios e joga capim para o “gado” mugir nas redes sociais. Não vão ser essas bravatas e nem “notinhas” ridículas de setores das Forças Armadas que vão impedir as eleições de 2022. Vai ter eleição e vai dar #Lula.
— Pedro Uczai (@uczai) July 8, 2021Continua depois da publicidade
Voto impresso
Bolsonaro sugeriu que não haverá eleições em 2022 se não for instituído o voto impresso e proferiu ofensas pessoais ao ministro Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tudo indica que o presidente usará do mesmo artifício de Donald Trump, que questionou a votação para tumultuar as eleições nos Estados Unidos.
As afirmações de Bolsonaro vieram logo após uma nota das Forças Armadas usar tom intimidador ao repudiar afirmações do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre as suspeitas de corrupção que recaem sobre militares inseridos no governo.
Os arroubos golpistas estremeceram os poderes e provocaram uma série de manifestações de repúdio e posicionamentos, indicando que as ameaças à democracia não serão toleradas. As respostas vieram do próprio TSE, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e de diversas lideranças políticas.
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SC oferece realidade paralela a Bolsonaro enquanto governo implode na CPI
Diante disso, o silêncio da maioria dos parlamentares de SC – em alguns casos, mesmo diante do posicionamento do próprio partido – chama atenção. As afirmações feitas pelo presidente da República são graves, e rechaçar o golpismo é obrigação para quem foi eleito democraticamente, com o compromisso de respeitar a Constituição.
Não importa de onde ela venha: ameaça à democracia não se ignora, se repudia.
Veja nota conjunta dos partidos:
“EM DEFESA DOS VALORES DEMOCRÁTICOS
A Democracia é uma das mais importantes conquistas do povo brasileiro, uma conquista inegociável.
Nenhuma forma de ameaça à Democracia pode ou deve ser tolerada. E não será.
Nas últimas três décadas, assistimos a muitos embates políticos, tivemos a sempre salutar alternância de Poder, soubemos conviver com as diferenças e exercer com civilidade e responsabilidade o sagrado direito do voto.
Temos total confiança no sistema eleitoral brasileiro, que é moderno, célere, seguro e auditável.
São as eleições que garantem a cada cidadão brasileiro o direito de escolher livremente seus representantes e gestores.
Sempre vamos defender de forma intransigente esse direito, materializado no voto.
Quem se colocar contra esse direito de livre escolha do cidadão terá a nossa mais firme oposição.
ACM NETO (DEMOCRATAS), BALEIA ROSSI (MDB), BRUNO ARAÚJO (PSDB), EDUARDO RIBEIRO (NOVO), JOSÉ LUÍS PENNA (PV), LUCIANO BIVAR (PSL), PAULINHO DA FORÇA (SOLIDARIEDADE) e ROBERTO FREIRE (CIDADANIA)”
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