O deputado estadual Jessé Lopes (PSL), que usou as redes sociais para estimular o desrespeito às medidas de prevenção contra o coronavírus, será alvo de um procedimento investigatório criminal no Ministério Público de Santa Catarina. O caso ficará sob os cuidados da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC, que abrirá o procedimento na volta do feriado, terça-feira (3).

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Jessé escreveu, nas redes sociais, que as pessoas deveriam sair de casa no feriadão dispensar o uso de máscaras, que são obrigatórias em todo o Estado. “Neste feriado saia de casa!! Vá viajar, vá no parque ou na praia!! E se puder não use máscara!”, publicou.

O MPSC informou que a conduta do parlamentar pode ser enquadrado no artigo 286 do Código Penal, que fala em ‘infringir medida sanitária que tenha como objetivo evitar a propagação de doença contagiosa’.

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Em nota, o Ministério Público lembrou que “as declarações do Deputado Estadual ocorrem justamente no momento em que Santa Catarina registra uma nova onda de aumento de casos de covid-19 e as redes hospitalares pública e privada voltam a apresentar a lotação dos leitos de enfermagem e de UTI em níveis superiores a 84%, em algumas regiões, sendo que muitas unidades já estão com a lotação esgotada”.

Questionado por internautas nas redes sociais, o deputado Vicente Caropreso (PSDB), que é médico, disse que informou sobre a conduta de Jessé Lopes ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Julio Garcia (PSD).

“O discurso dele e de outros é esse, infelizmente. Tão logo fiquei sabendo, dei ciência ao Presidente da ALESC. E a informação que obtive da Secretaria Estado da Saúde é que o MPSC foi acionado”, escreveu.

A deputada Paulinha (PDT) também se manifestou. “Está mais do que na hora do parlamento e as autoridades tomarem uma atitude! Uma coisa é opinião,outra é incitação ao crime!”, afirmou.

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O deputado Jessé Lopes disse que o Ministério Público só age quando provocado e que está tranquilo. Em mensagem à coluna disse que é parlamentar e tem “imunidade para representar uma parcela do povo catarinense”. Afirmou que representa “mais de 50% dos catarinenses que não suportam mais restrições autoritárias”.

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