A deputada federal Carmem Zanotto, que é relatora da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, se emocionou ontem ao falar sobre a urgência de medicamentos anestésicos para intubar pacientes com coronavírus em Santa Catarina. Carmen, que é enfermeira, disse que há hospitais no Estado que têm sido obrigados a sedar os pacientes com doses menores do que o necessário, por falta de medicação.
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Os hospitais têm sido obrigados a reduzir doses para poder atender mais pacientes. Sem anestésicos suficientes, as pessoas que estão intubadas ficam agitadas. Isso causa sofrimento e prejudica a recuperação.
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A deputada fez um apelo para que o assunto seja tratado como prioridade:
– Por favor, eu imploro, olhem para os nossos estados. Desculpem a emoção, mas nossa carga aqui tem sido pesada. É dura. Sempre olhamos para o país como todo. Agora chegou a nossa vez de sermos ajudados. Não dá para esperar até segunda-feira – disse Carmen.
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No último fim de semana, o senador Esperidião Amin levou a mesma preocupação ao presidente Jair Bolsonaro durante a visita presidencial a Santa Catarina. A falta de medicação atinge tanto hospitais públicos, quanto privados.
A medicação é adquirida pelos próprios hospitais, no caso dos filantrópicos e particulares, e pela Secretaria de Estado da Saúde, no caso dos hospitais estaduais.
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A dificuldade na aquisição de anestésicos ocorre por dois motivos. O primeiro deles é o aumento da demanda – a indústria farmacêutica nacional triplicou a produção, mas a quantidade ainda é insuficiente. Outro problema é o sobrepreço. A alta do dólar e do transporte de cargas, durante a pandemia, elevou o custo da medicação.
Os hospitais têm encontrado valores até 10 vezes mais altos do que os preços de mercado. A comissão da Câmara está avaliando se há cobrança excessiva na distribuição dos medicamentos.
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O mesmo problema já ocorreu em outras regiões do país. É o caso dos estados do Nordeste, que tiveram falta de anestésicos durante o pico da pandemia por lá. Outros estados no país se organizaram para ajudar a abastecer os hospitais, cedendo medicamentos.
A expectativa da deputada é que esse tipo de socorro chegue, agora, à região Sul. Na quinta à noite, ela informou a coluna que espera uma solução ainda nesta sexta-feira. Segundo Carmen, o Ministério da Saúde está articulando uma compra externa, junto à Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Também há expectativa de direcionamento de medicação de outros estados, numa ação de socorro. A deputada chamou atenção para o agravamento da crise sanitária no Sul do país:
– A situação do Sul é preocupante. Nós sempre falamos que não sabíamos como seria a evolução da pandemia com a chegada do inverno.
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Em Santa Catarina, o número de óbitos tem crescido nas últimas semanas. Desde 1º a 9 de julho, 100 pessoas morreram em Santa Catarina. Nos últimos 30 dias, o número de óbitos subiu de 179 para 447.
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