Às vésperas do depoimento de Eduardo Pazuello à CPI da Covid, nesta semana, o presidente da Comissão, senador Omar Aziz, telefonou para o comandante do Exército, Paulo Nogueira. Pediu que o general ex-ministro não usasse farda durante a sabatina. Fez um grande favor aos militares.

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Pazuello envergonhou a farda na CPI. Questionado pelos senadores, foi arrogante, mentiu e deixou dúvidas sobre o que fazia na cadeira de ministro. 

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O general que comandou a Saúde em meio à maior crise sanitária já enfrentada no Brasil disse que não podia negociar vacinas. Não era responsável pelo fornecimento de oxigênio. Não sabia o que o Ministério da Saúde publicava ou apagava nas redes sociais. Não sabe como um aplicativo que receitava cloroquina foi colocado no ar.

Apesar de tantos “nãos”, disse ter deixado o cargo com a missão cumprida. O grande chargista Zé da Silva foi rápido em fazer a relação: “omissão dada, omissão cumprida”.

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O desempenho do general Pazuello na CPI da Covid mostrou que o resultado desastroso das políticas implementadas durante sua gestão no Ministério da Saúde – ou a falta delas – não era a última fronteira no desgaste que a adesão ao governo promoveu ao Exército brasileiro. O ex-ministro conseguiu colocar em xeque a propalada eficiência e logística da instituição. 

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Pazuello sujou as mãos e a farda com a negligência. Defendeu o indefensável, em um ato de lealdade – não à pátria, como manda o conjunto de missões das Forças Armadas. Mas a um projeto de poder. 

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Essa exposição do Exército brasileiro me fez lembrar de um vídeo que assisti no ano passado, logo no início da pandemia. Publicado pelo exército português, tocava a bonita canção ‘Amor a Portugal’ enquanto mostrava os militares montando hospitais de campanha, cobertos da cabeça aos pés em ações de desinfecção, distribuindo alimentos.

No Brasil, embora o Exército tenha atuado em missões semehantes, a gestão de um militar no Ministério da Saúde deixará uma impressão diferente. General, nosso ex-ministro colaborou com a morte dos brasileiros.

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