A Fundação Catarinense de Cultura exonerou a chefe do setor audiovisual, Ana Ligia Becker, que esteve à frente da área nos últimos nove anos. A exoneração, publicada na última segunda-feira (10), provocou uma série de questionamentos e mobilizou o setor de cinema no Estado.
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O Sindicato da Indústria Audiovisual de Santa Catarina (Santacine) emitiu uma nota oficial em que destaca a trajetória profissional de Ana Ligia e afirma que, desde 2014, “a profissional vinha coordenando o único instrumento de fomento dedicado exclusivamente à indústria do audiovisual do nosso estado, o edital Prêmio Catarinense de Cinema”.
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Nos bastidores, a classe artística levantou suspeitas de que a exoneração seja uma “punição” à ex-chefe de setor por uma faixa com linguagem neutra instalada no evento Transforma – Festival de Cinema da Diversidade de Sc, que ocorreu no fim de novembro. A faixa de boas- vindas, com a grafia “Sejam bem-vindes” provocou reação imediata do comando da FCC, que mandou retirar a mensagem.
Questionada pela coluna na manhã desta sexta-feira (15), a Fundação Catarinense de Cultura, que é presidida por Rafael Nogueira, não se pronunciou até o início da noite.
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Veja detalhes da nota do Santacine:
“Nosso estarrecimento se dá porque, desde 2014, a servidora Ana Lígia Becker vinha coordenando o
único instrumento de fomento dedicado exclusivamente à indústria do audiovisual do nosso estado, o
edital Prêmio Catarinense de Cinema. Ao longo de quase uma década, Ana Lígia capacitou-se cada
vez mais em todas as vertentes da política audiovisual e de fomento à cultura, aprimorando-se e
desempenhando papel estratégico e crucial no desenvolvimento do setor. Prova disso é como seu
departamento é citado no relatório final do Mapeamento e Estudo do Setor Audiovisual Catarinense,
disponível no sítio eletrônico da Fundação Catarinense de Cultura”.
“Por isso expressamos nosso total apoio à Ana Lígia Becker, esperançosos de que a exoneração seja
um indicativo de mudanças e não de uma punição, medida essa que prejudicaria todo setor. Há
anos reivindicamos a criação da Diretoria de Audiovisual dentro da estrutura de gestão da Cultura do
Estado e esperamos que a exoneração da função tenha sido para assumir essa futura pasta. De
outra forma, nos resta apenas a profunda indignação e temor em relação ao futuro. Nossa indústria,
em todo seu ecossistema, anseia esclarecimentos sobre o(s) motivo(s) dessa exoneração”.