A divisão de Crimes de Informática da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) ficará responsável pelo inquérito que vai apurar os comentários ofensivos contra a deputada estadual Ana Paula da Silva, a Paulinha (PDT), nas redes sociais. Na manhã desta segunda-feira, a parlamentar reuniu-se com o diretor da Deic, delegado Luís Felipe Del Solar Fuentes, e registrou um Boletim de Ocorrência.
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Paulinha sofreu ataques após a publicação de fotos da posse dos deputados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, devido ao decote que usou para a cerimônia. A equipe da deputada entregará à Polícia Civil uma lista com mais de 100 comentários que fazem referência a violência e agressão. Houve, inclusive, menções a estupro.
A seleção, por enquanto, concentra-se nas páginas da Paulinha nas redes sociais _ não incluiu comentários em outras páginas e em notícias. A assessoria de comunicação da deputada informou que comentários que vão embasar a investigação foram enquadrados em "ameaça contra a mulher, difamação e injúria qualificada de preconceito".
Paulinha tem afirmado que eventuais indenizações recebidas em ações judiciais, por danos morais, serão doadas a instituições que atuem no combate à violência contra a mulher.
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_ É a medida que preciso tomar. Quero que (os autores dos comentários ofensivos) tomem como lição e evitem fazer isso com outras pessoas. Pelo que pesquisamos, alguns têm isso como prática. Espero fazer com que reflitam _ diz Ana Paula.
O diretor da Deic não quis comentar sobre os procedimentos que serão tomados pela polícia a partir de agora.
Decote repercutiu no mundo
Os comentários ofensivos e o fato de o decote ter sido o assunto mais comentado de uma posse histórica para as mulheres catarinenses, que nunca tiveram tantas representantes na Alesc (ainda que sejam apenas cinco) repercutiu mundialmente. Na semana passada, Paulinha concedeu entrevistas a jornais dos Estados Unidos, Alemanha e Grécia. Outros, na Inglaterra e na Rússia, repercutiram as reportagens publicadas no Brasil.
_ Recebi manifestações de artistas, personalidades, juízas, desembargadoras, delegadas, que se posicionaram em solidariedade, contando histórias que enfrentaram no passado, e mostrando que essa é uma questão que temos que sanar, a do julgamento gratuito.
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