O anúncio de medidas mais restritivas pela prefeitura de Lages, na manhã deste domingo, contou com uma afirmação corajosa do prefeito Antônio Ceron (PSDB). Ao vivo, em pronunciamento transmitido pelas redes sociais, ele disse que “assume as consequências” do decreto que assinou para enfrentar o colapso na saúde. Lages, como outras cidades em SC, tem fila de espera por leitos de UTI.
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As restrições impostas, como a proibição do comércio não essencial e das aulas presenciais, são decisões impopulares e difíceis. Por isso a fala do prefeito, de que assume as consequências que podem vir – políticas, inclusive – é simbólica.
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A política em Santa Catarina passa por uma crise de liderança e responsabilidade. A pandemia virou o ‘elefante na sala’ no Governo do Estado e na maioria das prefeituras – algo com que os gestores preferem não lidar. Em um desafio de tamanhas proporções, o silêncio pode ser uma escolha tão confortável quanto negligente.
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O colapso do sistema de saúde impõe tomada de decisões. Cada governante tem o próprio entendimento sobre a melhor maneira de enfrentar a crise, pesando os prós e contras econômicos, sociais e políticos. É fundamental que esses posicionamentos sejam esclarecidos aos catarinenses, por compromisso com a transparência.
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Se a avaliação for de que o momento exige medidas mais duras, elas precisam ser respaldadas em dados e na análise dos profissionais de saúde – como Lages fez. Se, pelo contrário, o prefeito ou o governador entendem que é possível conter a contaminação sem seguir a cartilha das restrições, as razões também precisam ser colocadas à mesa.
Não há receitas simples nem respostas fáceis para enfrentar o caos. Mas cabe aos gestores públicos assumir as consequências das decisões que tomam – e das que deixam de tomar.
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