Mal esfriou o prato das eleições municipais, começaram os movimentos mirando em 2026 – e as tratativas passam pelo comando da Alesc. Nesta semana, o governador Jorginho Mello (PL) chamou o MDB para conversar na Casa D´Agronômica. No encontro, que contou com a presença do presidente da Alesc, Mauro de Nadal, do deputado federal Carlos Chiodini, presidente estadual do partido, e dos deputados da bancada, Jorginho procurou sanar as mágoas que ficaram das últimas eleições.
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A avaliação no MDB é que Jorginho avançou sobre o partido, especialmente em regiões estratégicas como o Oeste – base de Mauro de Nadal – e o Vale do Itajaí de Jerry Comper. O governador propôs aumentar a participação do MDB no governo, com a inclusão de mais uma secretaria – a Infraestrutura já é comandada pelo emedebista Jerry Comper.
As contas de Jorginho passam pela base do governo: o PL tem 12 deputados na Alesc (ficará com 11 em 2025, quando Egídio Ferrari assumir a prefeitura de Blumenau), mais três do PP que votam com o governo. Nesse cenário, o MDB, com seis parlamentares que votam de forma coesa, é o fiel da balança.
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A coalizão seria uma maneira de neutralizar o PSD, que é hoje o principal adversário do PL no Estado, e está a um pé de retornar ao comando da Alesc, com o deputado Julio Garcia na presidência. Adversário histórico de Jorginho, Julio pode ser uma pedra no sapato do governador comandando o Legislativo.
A última tentativa do PL de articular um bloco para vencer as eleições da Alesc não deu certo, e o partido teve que se contentar com a vice-presidência e o comando de comissões. Segundo fontes, Jorginho não quer correr esse risco.
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O assunto, no entanto, não é discutido à luz do dia. Há um receio de que uma investida do governador seja vista como uma interferência na Alesc – o que poderia ter efeito contrário ao que o governo pretende.
A tentativa de segurar as asas do PSD mira em uma possível parceria lá na frente – hoje, quase impossível. O governador quer reeditar, a seu modo, a tríplice aliança partidária que multiplicou a artilharia de Luiz Henrique da Silveira (MDB). Para isso, precisa que o namoro com o MDB prospere.
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O partido pediu 10 dias para avaliar a proposta do governo. De antemão, a análise é de que a entrada só valeria a pena com uma pasta realmente robusta, como a Casa Civil.