O Conselho Nacional dos Procuradores de Justiça (CNPJ) e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, vão integrar a iniciativa do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) que pede uma mudança no Código de Processo Penal, para proteger vítimas em audiências de crimes de estupro. A solicitação vem no rastro do caso Mariana Ferrer, cujas imagens chocaram o país.

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O procurador Geral de Justiça de Santa Catarina, Fernando Comin, esteve em Brasília nesta quarta-feira (11) em busca de apoio. A ministra Damares disse que pretende que a proposta seja enviada pelo governo federal ao Congresso.

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Na semana passada, Comin enviou ofícios ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ao presidente do Senado, Davi Alcolmbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sugerindo a alteração. A proposta é inspirada em leis chamadas de ‘rape shield laws’, que já são adotadas em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Essa legislação impede que qualquer parte no processo use informações da vítima para afirmar se ela seria mais ou menos suscetível a consentir, e veda o uso do histórico sexual da vítima para definir a credibilidade.

A ideia é proibir referências à experiência sexual, ao comportamento ou o ‘modo de ser, falar, vestir ou relacionar-se’ de quem acusa um crime sexual. Significa que impedir o advogado do réu de fazer esse tipo de afirmação ou questionamento seja entendido como cerceamento ao direito de defesa.

Em entrevista à coluna, no fim de semana, o procurador disse que o caso, que expôs um tratamento vexatório à vítima no Judiciário catarinense, deve servir como ponto de partida para “produzir avanços na legislação”.

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“Não podemos deixar uma vítima de estupro refém do bom senso do advogado, que está ali para defender seu cliente”, avaliou.

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