As férias de fim de ano do presidente Jair Bolsonaro em Santa Catarina e no Litoral de São Paulo, entre 18 de dezembro e 5 de janeiro, custaram aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões. As informações foram fornecidas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e pela Secretaria-Geral da Presidência da República, em resposta a um questionamento oficial da Câmara dos Deputados, apresentado pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO).

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Os dados incluem somente o primeiro período de férias de Bolsonaro no Estado, quando ele se hospedou no Forte Marechal Luz, em São Francisco do Sul, de 19 a 23 de dezembro, depois de sobrevoar áreas atingidas pela enxurrada no Alto Vale. Em São Paulo, no Guarujá, ele permaneceu de 28 a dezembro a 4 de janeiro. Não entraram na conta as despesas do presidente no feriadão de Carnaval, que ele também passou em Santa Catarina.

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O relatório entregue pela Secretaria-Geral da Presidência apontou custo de R$ 1,196 milhão em hospedagem, alimentação, despesas de aeroportos e combustível.

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O GSI, por sua vez, informou que gastou R$ 202,5 mil com as diárias dos agentes. Estão incluídos os gastos de toda a equipe que acompanha o presidente – inclusive os agentes de segurança, que chegam com vários dias de antecedência às cidades que ele vai visitar. Também declarou custo de US$ 185 mil com as aeronaves usadas nas duas viagens, incluindo gastos de manutenção e combustível. Esse custo foi coberto pelo orçamento da Aeronáutica.

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A coluna conversou com o deputado Elias Vaz, que apresentou o pedido de informações à Presidência da República. Segundo ele, os dados foram entregues sem especificação de data, o que não permite calcular qual foi o gasto específico do presidente e seus convidados em Santa Catarina.

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– Eles só colocaram o valor global. Tem o gasto aéreo, que é de 185 mil dólares, o do pessoal de segurança, e o cartão corporativo dele, que é R$ 1.196.000. Onde daria para discriminar era no cartão corporativo, mas eles alegam que só podem fornecer o valor. Eu estou discutindo isso na Justiça.

No entendimento do deputado, não há razão para manter em sigilo informações de segurança, como o hotel escolhido pelas equipes da presidência, depois que o período de hospedagem já aconteceu.

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O parlamentar diz que não tem dados comparativos de outras férias presidenciais, mas avalia o contexto da viagem.

– Em um período de pandemia, em que o mundo tinha começado a vacinar e o Brasil ainda não, estávamos chegando a quase 200 mil mortos, estava acabando o auxílio emergencial, e o presidente tirou férias e gastou um dinheirão, dinheiro público. Isso daria para atender 8 mil famílias com auxílio emergencial de R$ 300 – afirma o deputado.

Elias Vaz diz que está avaliando se há algo que possa ser questionado juridicamente. Ele não descarta a possibilidade de levar as férias de Bolsonaro ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas da União. 

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