O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criou um impasse ao vetar alianças entre o PL e o PSD para as eleições municipais. A afirmação veio de um áudio vazado, obtido na última semana pelo Estadão, que circulou feito rastilho de pólvora em todo o país.
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Dado o histórico de Bolsonaro, a fala registrada pode ter sido apenas um rompante. Mas a repercussão é inevitável, diante dos arranjos que estão em negociação entre os partidos para as campanhas municipais.
A “bronca” do ex-presidente é com Gilberto Kassab, o pragmático presidente nacional do PSD. O motivo foi o posicionamento da bancada do partido no Senado na votação da CPMI do 8 de Janeiro, que acabou com o indiciamento de Bolsonaro.
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Em Santa Catarina, o PSD disputa a raia bolsonarista e, embora não integre o governo Jorginho, é “cortejado” pelo PL em cidades estratégicas. É o caso de Chapecó, onde João Rodrigues (PSD) disputará a reeleição, Criciúma, onde Clésio Salvaro (PSD) indicou o secretário Arleu da Silveira para concorrer, e Florianópolis, onde o PL pode indicar o vice do prefeito Topázio Neto (PSD) – caso não decida concorrer em chapa pura.
Segundo fontes relataram à coluna, a repercussão da fala de Bolsonaro dificilmente afetará os arranjos que já estão em andamento. A dobradinha em Chapecó, por exemplo, é considerada pouco provável, já que João Rodrigues tem falado em disputar com chapa pura.
Em Criciúma, o acerto esbarra na mudança de comando do PL local. A deputada federal Julia Zanatta (PL) deve ser substituída pelo deputado estadual Jessé Lopes (PL), o que pode alterar o rumo das tratativas entre os dois partidos.
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Hoje, nas maiores cidades do Estado, o cenário mais favorável para uma eventual parceria entre PSD e PL é em Florianópolis. Como Anderson Silva escreveu em sua coluna no NSC Total, o partido de Jorginho avalia nomes como os dos vereadores Maryanne Mattos (PL) e Gabrielzinho, que também está “de mudança” para o PL. O ex-deputado Bruno Souza, recebido com “tapete vermelho” na última semana, é um nome promissor. Até do filho “zero-um” do governador, Bruno Mello, chegou a ser cotado – mas esbarra em vedação na legislação eleitoral.
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Presidente Prudente
Segundo fontes próximas a Bolsonaro, ao vetar a aliança com o PSD ele se referia a uma situação específica em Presidente Prudente, no interior de São Paulo – e a vedação não deve se estender a outras regiões do país. A tendência é que o ex-presidente se pronuncie sobre isso em breve. Mas, com a Polícia Federal em sua cola, Bolsonaro tem questões mais urgentes no momento.