A hipótese de cassação do senador Jorge Seif (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é uma espécie de “não-assunto” no PL. Nos bastidores, há uma disputa velada entre os nomes que cobiçam a cadeira, incluindo nomes como Carol de Toni, Daniel Freitas, Ana Campagnolo e a própria mulher de Seif, Catiane Seif. No entanto, a possibilidade não é discutida abertamente – um jeito de espantar o mau agouro.

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O fato é que, entre lideranças políticas – dentro e fora do PL – há um entendimento de que o partido será o principal beneficiado caso a decisão do TSE seja pela cassação de Seif, com determinação de uma eleição suplementar em Santa Catarina, concomitante às eleições municipais.

Primeiro, porque há expectativa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se envolva diretamente numa eventual campanha. Com o 22 na urna para o Senado, a leitura é de que pode ocorrer uma verticalização das eleições municipais, com “voto combinado” para senador e prefeito – o que pode multiplicar o número de prefeitos eleitos pelo PL. Ninguém no partido vai admitir, mas é uma vantagem descomunal.

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O impasse, para o PL, pode vir de uma provável candidatura de João Rodrigues (PSD) – mais uma vez, num cenário hipotético de cassação de Jorge Seif. As lideranças do PSD acreditam que ele teria o apoio de Bolsonaro, pela amizade que os dois mantém desde os tempos em que se cruzavam no Congresso Nacional. Essa possibilidade desequilibra o jogo.

No PL, entretanto, há confiança de que o ex-presidente vai abraçar a candidatura do próprio partido e subir no palanque.

Fato é que o julgamento do processo de cassação de Jorge Seif está marcado para esta quinta-feira (5), às 10h da manhã, em Brasília, e pode mudar não apenas a representação de Santa Catarina no Senado, mas também embaralhar completamente as eleições municipais. É providencial que o julgamento ocorra na semana final da janela de transferências partidárias. Até que ela se feche, o cenário pode ser outro.

Relembre o processo contra Seif:

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