Lula estará em Itajaí na próxima sexta-feira (9) para o lançamento ao mar da primeira fragata do projeto Tamandaré, que entregará quatro navios de guerra de alta performance à Marinha do Brasil. Estratégico para o setor de defesa, o programa, que custa R$ 11 bilhões, tem um significado especial para a indústria em Santa Catarina: o ressurgimento da construção naval.

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O projeto resgatou do limbo a tradicional indústria de construção de embarcações de grande porte no Estado, que foi dizimada durante o auge da Operação Lava Jato. O setor, que estava voltado prioritariamente à construção de embarcações de apoio offshore, usadas na exploração de petróleo e gás, foi diretamente afetado pelo quebra-quebra causado pela suspensão de contratos da Petrobras.

Há pouco mais de uma década, o boom do pré-sal havia tornado a região de Itajaí e Navegantes, polo de construção naval em Santa Catarina, um eldorado para os estaleiros. A oferta de mão de obra especializada fez com que o setor atraísse inclusive empresas internacionais, que foram embora quando as encomendas ruíram.

As duas cidades perderam 10 mil empregos na indústria de construção naval a partir de 2014. Uma devassa que deixou grandes estaleiros ociosos. O setor só começou a se reerguer a partir de 2021, com a retomada do setor de petróleo e gás e o serviço de manutenção de embarcações.

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Um exemplo foi o estaleiro Navship, em Navegantes, que recebeu em 2022 uma encomenda de execução de serviços de manutenção de 13 embarcações da Bram Offshore, pertence ao grupo norte-americano Edison Chouest, com financiamento de R$ 83 milhões. 

Veja imagens do Programa Tamandaré:

Mas foi o Programa Tamandaré que abriu nova perspectiva para a indústria de construção naval em Santa Catarina, com a entrada no estratégico e bem sucedido setor de defesa. 

O estaleiro escolhido pelo Consórcio Águas Azuis, que venceu a concorrência aberta pela Marinha para a construção das embarcações, foi um dos mais promissores do período de ouro da produção de embarcações offshore. Assumido pela alemã Thyssenkrupp, que assina o projeto das fragatas, o local é hoje o foco de um dos principais programas da indústria de defesa na América Latina, com transferência de tecnologia Brasil – Alemanha.

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Isso tem atraído o interesse dos países vizinhos, que estão de olho em futuros contratos – o que deve consolidar SC como um novo cluster do setor de defesa na região. Para se ter ideia do que significa essa abertura, o consórcio Águas Azuis já é o segundo maior arrecadador de ISS de Itajaí. À frente, inclusive, do setor portuário.

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