Líderes de diferentes partidos em Santa Catarina reconheceram que o governador Jorginho Mello (PL) fez uma bela jogada ao vencer a briga pelo diretório estadual do Republicanos – um leilão que era disputado há semanas nos bastidores, com ofertas de todos os lados, e em absoluto sigilo.

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O movimento começou em Brasília. O presidente nacional do partido, Marcos Peireira, vinha marcando encontros e telefonando a lideranças de diferentes partidos em Santa Catarina há meses. Consta que fez contato, além do PL, com MDB e PSD – o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, acompanhava as articulações. E as coversas continuaram até esta semana, quando Jorginho apresentou seu trunfo.

O pedido de transferência de partido do deputado federal Jorge Goetten, que assumirá a presidência do Republicanos em SC, foi apresentado pelo advogado Filipe Mello, filho do governador Jorginho Mello, há cerca de 15 dias. A coluna apurou que, na quarta-feira (5), Filipe foi recebido pelo ministro Kássio Nunes Marques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para uma audiência. Logo em seguida o ministro publicou a decisão autorizando a mudança de partido para Goetten.

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O fato é que o lance vencedor, oferecido pelo governador, diz muito mais sobre o que Jorginho pode oferecer ao Republicanos em Brasília do que em Santa Catarina. A proposta inclui reforçar a bancada do Republicanos com um novo um deputado federal (Goetten) e oferece os votos da bancada catarinense do PL na disputa pela mesa diretora.

Marcos Pereira, presidente nacional do Republicanos, é um dos candidatos à presidência da Câmara – e está em plena campanha. Foi esse fator, inclusive, o que fez o PSD recuar no “leilão”. Ocorre que o PSD tem o próprio candidato à presidência da Câmara, Antonio Brito, o que interditou avançar nas negociações.

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O fato é que Marcos Pereira tem um problema em Santa Catarina, e estava em busca de uma solução. O Republicanos tem uma conta de campanhas passadas que, segundo interlocutores, é “pesada”. O ex-governador Carlos Moisés teria se tornado presidente do diretório estadual com o compromisso de quitar o débito, mas não conseguiu. O Republicanos seguia à deriva em Santa Catarina, e vinha sendo usado como acessório por outras legendas, como PSD, MDB, PP e PSDB, sem perspectiva de destaque nas eleições municipais.

Com o martelo batido no leilão, no entanto, haverá consequências. Nas negociações prévias, o partido com mais nominatas conjuntas para outubro era o PSD. A coluna apurou que a situação mais crítica é a de Itajaí, onde o Republicanos tem quatro vereadores e era cotado para indicar o vice de Osmar Teixeira. O PL disputará com chapa pura.

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