Policiais federais estranharam a “negociação” amistosa para que o ex-deputado federal Roberto Jefferson se entregasse, após ter recebido com granadas e tiro de fuzil agentes da PF e um delegado que cumpriam uma ordem de prisão contra ele, na tarde de domingo (23). Grupos internos de Whatsapp fervilharam de mensagens comentando a atuação “fora do tom”.
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Fontes ouvidas pela coluna disseram que a conversa que vazou nas redes sociais, em que aparece um um policial, o ex-deputado e Padre Kelmon, não pode ser considerada sequer uma negociação de fato, tecnicamente, por três motivos: o ataque já havia ocorrido, não havia reféns e nem risco a terceiros que justificasse negociar.
Vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a pedir a intervenção do ministro da Justiça, Anderson Torres, para que também negociou a rendição de Roberto Jefferson por telefone.
Tensão
O ataque com granadas e tiros de fuzil, que feriu uma policial e um delegado da PF, assustou agentes em todo o país e reforçou o alerta que já vinha sendo feito por uma parte da corporação, de que o acirramento da tensão eventualmente poderia se voltar contra as forças de segurança pública.
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Entre os policiais federais bolsonaristas, no entanto, há uma divisão nos grupos de discussões da PF. A maior parte se mostrou batente revoltada com a atitude de Roberto Jefferson e com o desenrolar do caso. Mas alguns policiais mantiveram o apoio porque consideram que há “excesso” em decisões judiciais.