A proposta do Porto de Itapoá para acelerar as obras de adequação da Baía da Babitonga à chegada de navios gigantes, com até 366 metros de comprimento, inclui um modelo inovador de financiamento, que poderá servir de modelo para o setor portuário em todo o país.

Continua depois da publicidade

Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total

O projeto prevê que o terminal privado arque com os R$ 300 milhões da obra, que é de responsabilidade da União. O valor, segundo a proposta, será compensado posteriormente com os valores da “tabela 1” – a taxa que é paga à autoridade portuária para manutenção dos portos no Brasil.

Na prática, o Porto de Itapoá sugere que as taxas de tabela 1 dos navios que o terminal conquistar a mais, como resultado das obras de readequação, sejam revertidas ao terminal para compensar o investimento.

Isso poderá acelerar as obras, e a entrada de navios maiores e mais carregados aos portos de Itapoá e São Francisco do Sul, aumentando a competitividade do setor em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Navio gigante da BYD vai atracar em SC com carros misteriosos a bordo

A modelagem já vem sendo conversada com o Ministério dos Portos e Aeroportos, em Brasília. O ministro Silvio Costa Filho tem se mostrado favorável à proposta, por entender que é uma maneira do setor avançar.

Se for avalizado pelo governo federal, o modelo cria uma jurisprudência para outros portos brasileiros seguirem pelo mesmo caminho. Hoje, a responsabilidade pelos acessos aquaviários é da União – e há uma série de demandas reprimidas em toda a costa brasileira, aguardando recursos.

JBS assina contrato para operar o Porto de Itajaí

O Porto de Itapoá divide o acesso com o porto público de São Francisco do Sul, que pertence à União mas tem cessão de delegação para o Estado de Santa Catarina. Por isso, o protocolo de intenções para o projeto, assinado na manhã desta segunda-feira (3), leva a assinatura do governador Jorginho Mello (PL). A licitação para as obras, no futuro, terá que ser tocada pelo Estado.

Se o modelo proposto por Itapoá for de fato autorizado pelo governo federal, será a segunda vez que Santa Catarina revoluciona a gestão dos terminais privados. No início dos anos 2000, a Portonave, em Navegantes, foi o primeiro porto privado sem carga própria autorizado no país, o que alterou a legislação e abriu espaço para um novo segmento no setor.

Continua depois da publicidade