O PL mobilizou estrutura e providenciou uma mini-motociata para receber Bolsonaro em SC, com o governador Jorginho Mello e a vice-governadora Marilisa desfilando ao lado do ex-presidente na carroceria de uma camionete pelas ruas de Florianópolis. A segunda passagem de Bolsonaro pelo Estado na pré-campanha, em menos de um mês, é um aperitivo para o que o partido pretende nas eleições municipais: exibi-lo como cabo eleitoral de luxo.
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A alta frequência de Bolsonaro em Santa Catarina tem duas explicações. A primeira delas é o aceno aos evangélicos – o Congresso de Gideões Missionários, em Camboriú, é um dos maiores eventos neopentecostais do país, com público vindo de todo o Brasil.
Segundo interlocutores, Bolsonaro também quis retribuir Jorginho, que foi o único dos governadores que esteve com ele na manifestação do fim de semana no Rio de Janeiro, além de Cláudio Castro. Por isso foi providenciada a agenda em Florianópolis, que reuniu uma penca de pré-candidatos e garantiu as disputadas fotos com Bolsonaro – item fundamental para o “kit campanha” do bolsonarimo.
Bolsonaro desembarca em Florianópolis e segue para congresso religioso em Camboriú
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PL e Bolsonaro estão numa relação de ganha-ganha. Acuado pela Justiça, o ex-presidente está sedento por manifestações de apoio popular. O PL, por sua vez, não desperdiçará qualquer oportunidade de desfilar seu amuleto da sorte. Mesmo que isso signifique, para o governador, deixar de lado problemas sérios como a greve dos professores, como ocorreu nesta terça-feira.
A presença de Bolsonaro desestabiliza o jogo eleitoral porque isola o bolsonarismo no PL – e é isso o que pretende o partido. Numa eleição que terá mais de uma legenda disputando a raia conservadora, o PL tentará a todo custo deixar claro que é dele o “carimbo” de Bolsonaro. Funcionou nas eleições de 2022, quando o PL deixou outros partidos de direita comendo poeira.
Bolsonaro irá ao Congresso dos Gideões em Camboriú
É fato que eleições municipais são muito mais voltadas à chamada zeladoria – o buraco de rua, a falta de médicos no posto de saúde. Mas o fenômeno Bolsonaro é novo na disputa às prefeituras porque o ex-presidente não se envolveu nas eleições de 2020. Estava sem partido e às voltas com a pandemia. Agora, o cenário é outro.
Se continuar nessa toada, com o ex-presidente se fazendo presente, será difícil para os demais partidos convencer o eleitor de que existe bolsonarismo sem Bolsonaro. O PL tentará surfar a onda para fazer de Santa Catarina seu cercadinho particular.
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