O segundo turno nas eleições presidenciais terá interferência direta nas eleições estaduais em Santa Catarina. De largada, é a melhor notícia do dia para Jorginho Mello (PL). Ter Bolsonaro disputando um segundo round favorece o candidato do PL, porque aumenta as chances de o eleitor bolsonarista votar “combinado” quando retornar às urnas, no fim de outubro.
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Levar às urnas o número do presidente foi desde o começo a principal estratégia de Jorginho Mello num cenário em que múltiplas candidaturas disputaram a raia bolsonarista. Mesmo sem Bolsonaro no palanque, Jorginho foi mais eficiente em “colar” nele a imagem do bolsonarismo. O senador chegou a afirmar, para correligionários, que iria “vencer no número”.
No segundo turno, essa vantagem é amplificada e aumenta as chances de que Jorginho atraia um percentual maior de eleitores que votam no presidente da República, que tem ampla maioria no Estado. É o mesmo efeito que ocorreu em 2018, quando o governador Carlos Moisés (Republicanos) foi catapultado pela onda bolsonarista e registrou votação recorde em Santa Catarina.
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Para Décio Lima (PT), que conquistou um inédito segundo turno para a esquerda em Santa Catarina, uma vitória do ex-presidente Lula no primeiro turno seria mais vantajosa porque traria uma nova perspectiva de poder no cenário nacional. Com a disputa federal estendida para a segunda etapa, Décio também ganha no “voto combinado” – mas terá o desafio de reverter o antipetismo e aglutinar novos apoios para contrapor a liderança de Jorginho.
Também terá a missão de ser escudeiro de Lula em um estado de maioria bolsonarista, onde os ataques deverão vir com força. Esse foi um dos fatores que Lula colocou na balança quando decidiu vir ao Sul na reta final de campanha, para impulsionar as candidaturas do partido nos três estados da região. Décio foi o único a alcançar o segundo round.
A disputa em Santa Catarina vai mimetizar a rivalidade nacional, com Jorginho e Décio disputando não apenas a própria eleição, mas a defesa de Bolsonaro e Lula. Apesar disso, é improvável que o Estado esteja na lista das viagens de campanha dos candidatos à presidência no segundo turno. A tendência é que sejam priorizados os estados com maior peso eleitoral.