Números astronômicos e algumas polêmicas ajudaram a fazer do alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú, que será entregue oficialmente neste sábado (4), um trunfo para a economia. A megaobra – a maior desse porte em execução na América Latina – virou notícia no Brasil e no mundo, inflou os números no mercado imobiliário e ajudou a atrair atenção para a cidade no momento em que o turismo ensaia um retorno mais consistente.
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A maior obra de infraestrutura turística feita em Santa Catarina para este verão é apontada como uma das responsáveis pela expectativa do setor por uma temporada fora da curva – a melhor das ultimas décadas, como prevê o prefeito Fabrício Oliveira (Podemos). É consenso entre empresários do ramo que a obra aumentou a visibilidade de Balneário Camboriú, o que reflete em maior interesse dos turistas.
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A aposta era arriscada. Aprovadas em um plebiscito em 2001, as obras de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú nunca foram uma unanimidade. A lista de riscos, afinal, era imensa: danos ambientais, tornar a praia mais perigosa, a obra ser engolida pelo mar, ou estender-se demais e inviabilizar a temporada de verão.
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As polêmicas surgiram – desde a presença de tubarões na orla, incentivada pela movimentação fundo do mar, até os inevitáveis debates sobre o modelo de ocupação singular de Balneário Camboriú, com seus arranha-céus e a sombra na faixa de areia. Um problema que, como previsto, não foi resolvido com o alargamento. Com prédios de 200 metros de altura à beira-mar, seria necessário engordar muito mais a orla para garantir uma tarde inteira de sol.
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Houve, ainda, impasse com o custo da obra. O IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), que regularia eventual correção de valores no contrato, explodiu de 2020 para cá e a prefeitura acabou concordando em pagar R$ 21 milhões além do previsto.
Mas a diferença deve ser compensada pela movimentação econômica. As obras já refletem em valorização no mercado imobiliário, especialmente na Avenida Atlântica. Levantamento da Sort Investimentos, feito a pedido do coluna, chegou a uma estimativa de aumento de 30% no metro quadrado dos imóveis de alto padrão à beira-mar.
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Em setembro, ainda durante a execução das obras de alargamento, o índice FipeZap trouxe Balneário Camboriú pela primeira em terceiro lugar entre os imóveis mais caros do país, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. O mercado tinha expectativa e confiança nesse reflexo, tanto é que financiou os estudos prévios e o projeto inicial do alargamento da faixa de areia. O custo inicial foi bancado por um grupo de empresários que formaram o Instituto +BC.
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É a construção civil, também, quem deve arcar indiretamente com o empréstimo de R$ 85 milhões que a prefeitura fez para pagar pelas obras. O custeio será por meio de operações consorciadas na construção de novos edifícios, dissolvido ao longo dos próximos anos.
Neste sábado, quando a empreitada será inaugurada pela prefeitura, é possível dizer que, ao investir no alargamento, Balneário Camboriú assumiu os riscos e dobrou a aposta na vocação para o turismo. Em meio à pandemia e à crise, ressurge de cara nova para a retomada.
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