Balneário Camboriú completou um ano como líder absoluta no topo do ranking FipeZap+, com os imóveis mais valorizados do Brasil. De acordo com a pesquisa de abril, divulgada neste mês, a cidade alcançou o impressionante valor médio de R$ 12.073 o metro quadrado.

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O valor é quase R$ 2 mil mais alto do que o metro quadrado de São Paulo, e R$ 3 mil a mais do que o metro quadrado do Rio de Janeiro, cidades que durante anos lideraram a lista dos imóveis mais caros do país.

O dado chama atenção se comparadas as proporções. Balneário é uma das menores cidades do Brasil em território, com apenas 46,8 km². É o segundo menor município de Santa Catarina, segundo dados do IBGE. Com pouco espaço, a cidade se tornou território dos arranha-céus – um modelo que, hoje, não encontra limites nem barreiras para crescer.

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A alta é impulsionada principalmente pelos imóveis de alto padrão, um fenômeno que cresceu junto com a altura dos prédios à beira-mar. Balneário Camboriú é o endereço de nove dos 10 prédios residenciais mais altos do Brasil – e, em breve, também terá o residencial mais alto do mundo, com projeto já submetido à aprovação nos órgãos competentes.

Presidente de uma das construtoras especializadas em superedifícios, o empresário Jean Graciola diz que a consolidação de Balneário como destino do mercado imobiliário é fruto de investimentos públicos e privados.

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– A cidade possui características que atraem não apenas investidores do país, mas também desperta o interesse no exterior. Com a localização estratégica, o perfil dos moradores também vem se transformando, criando um novo eixo de negócios no país. De uma cidade que pulsava na temporada para uma localidade que tem atraído cada vez mais moradores em busca de qualidade de vida, segurança e índices de Desenvolvimento Humano e Educação – avalia o presidente da FG Empreendimentos.

O prefeito Fabrício Oliveira (PL) faz uma análise semelhante. Para ele, a construção civil, a oferta de qualidade de vida e o incentivo à instalação de empresas de inovação, por exemplo, criaram um ciclo virtuoso de crescimento que refletiu no mercado imobiliário.

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– Reduzimos imposto para inovação e tecnologia, e temos empresas de dentro e fora do Brasil se instalando na cidade. Os corredores econômicos passam a circular. O alargamento da praia também ajudou bastante, além dos índices de desenvolvimento humano, que considero o trabalho mais importante que executamos por aqui.

Outro fator apontado pelo prefeito é a segurança pública. Segundo ele, um dos indicadores positivos para atração dos investidores e novos moradores para Balneário Camboriú são os índices de criminalidade.

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– Nossos índices de criminalidade são distintos de outras cidades com o mesmo potencial de mercado imobiliário. Um exemplo disso é que tivemos um milhão de pessoas no último Réveillon, e a única ocorrência registrada foi um furto de celular, recuperado – diz Fabrício.

Ostentar o topo no ranking do metro quadrado e uma valorização de 21% em 12 meses, no entanto, traz outro desafio: tornar o mercado imobiliário factível para o cidadão que vive e trabalha na cidade. O grande risco da supervalorização é “empurrar” os moradores para longe das bolhas dos investidores, e no caso de Balneário Camboriú, que é uma cidade diminuta, o impasse ganha proporções ainda maiores.

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Segundo Fabrício, a questão está no radar da prefeitura e será colocada em discussão no novo Plano Diretor, que está em fase de elaboração. A proposta é criar zonas livres, ou menos afetadas pela voracidade do aumento de preços, para que a moradia seja factível. O modelo já é discutido e utilizado em outras cidades no mundo, para evitar o fenômeno da gentrificação.