O comandante-Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Marcelo Pontes, recusou o convite feito pelo ministro Alexandre de Moraes a todos os comandantes das PMs estaduais para uma reunião na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O encontro ocorre nesta quarta-feira (23).

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O ofício em resposta ao ministro foi enviado na segunda-feira pelo coronel, e diz que ele não estará presente “em razão de compromissos institucionais já assumidos”, sem especificar qual a agenda do comandante.

Representantes das polícias de quase todos os estados estarão presentes, com exceção de SAnta Catarina e da PM do Paraná. O comandante da PM paranaense, coronel Hudson Teixeira, também recusou o convite. O encontro com Moraes, no caso dele, seria uma saia-justa – o coronel foi filmado dizendo que não multaria manifestantes que bloqueavam uma rodovia em Ponta Grossa (PT), mesmo após determinação do STF para que as estradas fossem liberadas.

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Oficialmente, a pauta da reunião convocada pelo ministro para esta quarta é para avaliar os principais problemas operacionais de cada estado e estabelecer um protocolo para futuras eleições, verificar os custos das operações da PM para que possam ser sugeridos repasses no futuro as Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e agradecimento pelo desempenho das PMs.

Esta é a segunda vez que Alexandre de Moraes chama os comandantes das forças estaduais para conversar. Antes das eleições, ele também discutiu com os comandantes gerais medidas a serem tomadas para aumentar a segurança do pleito, como a adoção ou não de Lei Seca.

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A recusa por parte de coronel Pontes tem repercutido na PM e é vista como uma sinalização interna do comando. A coluna apurou que a decisão não passou pelo governo – significa que não foi uma determinação do governador Carlos Moisés (Republicanos), mas uma deliberação da própria Polícia Militar.

A aproximação de Moraes das Polícias Militares tem sido criticada por bolsonaristas. Entre eles o vice-presidente Hamilton Mourão, que foi às redes sociais dizer que o ministro “viola o pacto federativo” e que “materializa um estado de exceção”.