O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), antecipou para este sábado (27) o retorno do México, onde permanecia em férias, sem alarde, desde a semana passada. De volta à Capital, o prefeito encontrará a saúde em colapso em meio ao momento mais crítico da pandemia no Estado.
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Embora seja o vice, Topázio Neto, quem assina como prefeito pelo menos desde o dia 18 de fevereiro, o gabinete informou que Gean, oficialmente licenciado, acompanhou a situação à distância e participou de reuniões virtuais sobre a pandemia com o governador Carlos Moisés (PSL) e outros prefeitos no Estado.
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Imagens dessas reuniões indicam que o prefeito teria se hospedado em Cancún, uma das mais turísticas cidades mexicanas, banhada pelo mar do Caribe. Foi ‘descoberto’ pela estampa na parede, que coincide com a de um famoso hotel local.
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O refúgio caribenho, no entanto, não é confirmado pelo gabinete de Gean Loureiro, que informou que o prefeito está na capital, Cidade do México. Tentou retornar ao longo da semana, mas precisou se submeter a um novo teste de Covid-19, e aguardar o resultado, para poder embarcar. A expectativa é que ele chegue a Florianópolis no domingo à noite.
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Doria precisou pedir desculpas
A viagem de férias do prefeito da Capital lembra a do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que embarcou para Miami para as festas de fim de ano, em dezembro, no momento em que, por lá, eram adotadas medidas mais restritivas. Repercutiu tão mal que ele acabou retornando e precisou fazer um pedido público de desculpas.
No caso de Gean Loureiro, o secretário de gabinete, Bruno Oliveira, disse que a viagem foi agendada em janeiro, antes do agravamento dos números. Mas o prefeito acabou fazendo as malas num momento em que o sistema de saúde já dava sinais de colapso e apontava para a necessidade de medidas mais duras, que são sempre impopulares. Agora, terá que lidar com as críticas.
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Exemplo
As férias dos governantes em meio à emergência sanitária não são ilegais, mas pegam mal – e o exemplo de Doria é prova disso – porque são difíceis de justificar. Como explicar a necessidade de descanso para um profissional de saúde esgotado, que abriu mão do convívio familiar, e a quem cabe o fio de esperança das pessoas que lutam pela vida nas UTIs? Ou para quem tem um familiar na interminável fila de espera por um leito?
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O recesso é também um mau exemplo, já que este é o momento de reduzir a circulação do vírus – e não de viajar a passeio.
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