O movimento do governador que resultou na implosão do diretório estadual do Republicanos em Santa Catarina terá um efeito, no mínimo, curioso: deixará o bolsonarista Jorginho Mello (PL) com “um pé” na base do governo Lula.
Continua depois da publicidade
Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total
Ocorre que, embora tenha hoje como figura mais proeminente o governador de São Paulo, o também bolsonarista Tarcisio Freitas, o Republicanos – “tomado” por Jorginho em SC – é uma da das legendas que integram o ministério de Lula em Brasília. O partido ocupa a pasta de Portos e Aeroportos, sob o comando de Sílvio Costa Filho.
Não se trata de um governista fiel. Integrante do Centrão e ligado à Igreja Universal, o Republicanos tem com Lula o que se poderia chamar de um “relacionamento aberto”. Os parlamentares do partido no Congresso votam com o governo em pautas de interesse do Planalto, mas são voto contrário em matérias mais progressistas.
]A caminho do Republicanos, Jorge Goetten é autorizado pelo TSE a sair do PL
Continua depois da publicidade
O que Jorginho buscou com o movimento em direção ao Republicanos, por óbvio, não foi a interlocução com o governo federal. O movimento foi “para dentro”, olhando para a articulação política no Estado.
Ao conquistar o comando do partido, o governador resolveu dois problemas: entregou a presidência do Republicanos ao deputado federal Jorge Goetten, um quadro do PL tradicional que vinha sendo pressionado no partido – e criticado pelos colegas de bancada – pelas posições mais pragmáticas. De quebra, ganhou uma legenda às vésperas das eleições municipais.