Pouco mais de quatro meses após o início da pandemia, no dia 29 de julho, Santa Catarina chegava aos mil óbitos causados pela Covid-19. Menos de um mês depois, o número praticamente dobrou. Com 1.839 mortes confirmadas nesta segunda-feira (17), a tendência é que cheguemos em breve à triste marca de duas mil vidas ceifadas pelo coronavírus.
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A aceleração não dá pistas de que terminará em breve. Pelo contrário. Em entrevista à CBN Diário, o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, disse que os números seguirão subindo por mais um mês. É tempo suficiente para aprofundar o rastro de dor e morte.
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O governo do Estado reconhece que o momento é grave, mas não reage à altura. Uma tendência que se repete nas prefeituras, ocupadas em adaptar as respostas à crise aos indicadores das pesquisas eleitorais. Nos últimos meses, os movimentos para conter a evolução da pandemia, em todos os âmbitos de governo, têm sido paquidérmicos, lentos, enquanto a curva de contaminados – e especialmente a de óbitos – sobe sem parar.
Estado e municípios tiveram tempo de sobra para aprender com os erros. Fomos poupados dos primeiros impactos da pandemia logo no início, enquanto outros estados no Brasil enfrentaram o agravamento imediato. Mas, conforme as crises políticas bateram à porta, o governador retirou o time de campo e os prefeitos, que reclamavam mais espaço na gestão, se acovardaram.
Santa Catarina poderia ter seguido os bons exemplos, de lugares que conseguiram conter a aceleração da pandemia a tempo. Ao invés disso, replicou o modelo desastroso do governo federal, de terceirizar responsabilidades e esperar por um milagre. Deu no que deu.
A esta altura, às vésperas de alcançarmos os dois mil óbitos, nossos governantes, e todos os níveis de poder, não conseguem sequer comunicar às pessoas a gravidade da situação que enfrentamos. Em parte, isso também é resultado de medidas tímidas de enfrentamento, que trazem a sensação de “sinais trocados” às pessoas.
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Entre uma quarentena mal feita e o vaivém de atividades com critérios incertos, Santa Catarina, que resistiu a décadas de tragédias climáticas de grandes proporções, enfrenta o vírus navegando às cegas. Sem rumo e sem comando.
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