O senador Jorginho Mello tentará repetir em Santa Catarina o tripé PL, PP e Republicanos que deverá sustentar o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O roteiro, por enquanto, ainda parece com uma corrida de obstáculos. Mas já não é mais uma jornada impossível.

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A maior dificuldade está na construção de um caminho em comum para PL e PP, que tradicionalmente não andam juntos em SC. Uma distância que se deve, entre outras razões, à boa relação que Jorginho Mello sempre manteve com o MDB. Lideranças dos dois lados, no entanto, dizem que o enlace entre PL e PP “já foi mais distante”.

O PP garante que terá o número 11 na urna eletrônica, com candidato a governador – mas tem evitado ser taxativo sobre rejeitar a parceria com o PL. O que, no lento e estratégico xadrez da política, significa mais do que parece. A parceria, no entanto, dependeria de uma construção bem feita e de concessões de ambos os lados, algo que não é fácil de ajustar.

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Hoje, a principal opção para o PP é disputar a raia bolsonarista com um candidato próprio. Além do senador Esperidião Amin, que segue pré-candidato, uma das hipóteses é trazer de volta o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que já fez parte do PP e hoje está no PSD.

Dois pontos podem interferir na decisão de João Rodrigues de mudar de partido para concorrer ao Governo do Estado. A primeira delas é a disputa interna do PSD – ele divide o espaço de pré-candidato com o ex-governador Raimundo Colombo e o ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes. A segunda é a possibilidade de o PSD impor nacionalmente apoio a outro candidato à presidência da República, e vetar palanque para Bolsonaro. João Rodrigues não abre mão da proximidade com o presidente.

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A terceira base do tripé de sustentação da candidatura de Bolsonaro à reeleição, que Jorginho quer reeditar em SC, é o Republicanos. O partido, que integra o governo Moisés, é uma das opções do governador para concorrer à reeleição – o que inviabilizaria o projeto em comum com o PL. Mas a demora de Moisés em tomar uma decisão tem causado incômodo. E Jorginho Mello tem aproveitado a brecha para investir no relacionamento.

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No muro

As negociações do Republicanos do deputado Sergio Motta com Moisés não se limitam à possível adesão próprio governador. O partido conta com a filiação de outras lideranças ligadas ao governo, desde já, para estabelecer a nominata para 2022. 

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Ainda estão em aberto, por exemplo, nomes para disputar a Câmara dos Deputados. Mas a indefinição por parte de Moisés tem aberto espaço para conversas paralelas. Além do PL, o Republicanos também tem trocado figurinhas com Gean Loureiro e seu futuro União Brasil em SC. O partido tem o sexto tempo de TV.

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Congestionado

É inegável que a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao PL soa como um bilhete premiado para o senador Jorginho Mello e seu projeto para 2022. O partido consolida, em SC, a posição de destino favorito dos egressos do PSL e tende a fortalecer o quadro de lideranças – é o “fator Bolsonaro”, a possibilidade de levar o número do presidente para a urna.

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Com cinco deputados na Alesc, o PL deve ganhar mais dois com a provável filiação de Ana Campagnolo e Jessé Lopes, que por enquanto também negocia com o PTB. Em Brasília, já sinalizaram intenção de migrar para o PL a deputada federal Caroline de Toni e Coronel Armando. O deputado Daniel Freitas pretende conversar nos próximos dias com o presidente Bolsonaro para definir se fica com PL, Republicanos, ou se retorna para o PP. A tendência é de congestionamento de candidatos.

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