O colapso do trecho Norte da BR-101 fica ainda mais evidente nesta semana, quando o ápice no fluxo de turistas que chega ao Litoral de Santa Catarina encontra o movimento regular de uma das rodovias mais travadas do Brasil.
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Há alguns anos dizíamos que, com a chegada oficial do verão, era chegada também a temporada de filas. Hoje, elas ocorrem o ano todo – de janeiro a janeiro, chova ou faça sol. É uma consequência do estrondoso crescimento econômico e populacional das cidades que margeiam a rodovia. Mas também é resultado da falta de planejamento a longo prazo.
A coluna de Renato Igor divulgou há poucos dias que uma análise da Fetrancesc sobre projeções da Arteris Litoral Sul aponta que as obras para revisão do contrato de concessão serão insuficientes e que, nos próximos anos, mesmo com as empreitadas concluídas, o trecho entre São José, na Grande Florianópolis, e Guaratuba, no Litoral Sul do Paraná, levará quase 13 horas para ser percorrido. É inaceitável, e inviável.
Em pouco tempo, a falta de mobilidade pode atingir de forma severa o fluxo turístico e as projeções de crescimento do setor logístico. E isso será fatal para a economia de Santa Catarina.
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O que surpreende é que, diante do impasse iminente, seguimos discutindo as mesmas soluções para os velhos problemas. Para além da repactuação do contrato de concessão da Arteris, outra alternativa é a construção da Via Mar, uma rodovia paralela à BR-101 para desviar uma parte do trânsito. Mas essa é uma solução bilionária e de longo prazo. Até que fique pronta, o número de veículos circulando e o número de moradores no Litoral terão aumentado substancialmente. São as projeções dos institutos de pesquisa que apontam isso.
SC precisa discutir a sério com o governo federal a possibilidade de um transporte alternativo – como um trem ou metrô de superfície – para interligar populosas cidades que contornam o trecho Norte da BR-101. É uma alternativa para retirar da rodovia uma parte das cargas e um bom número de pessoas – e carros – que circulam diariamente entre os municípios, a trabalho e a lazer.
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Uma linha de trem regular poderia, por exemplo, transportar os turistas de uma cidade turística a outra, reduzindo significativamente o tempo de deslocamento entre as praias de Santa Catarina. De Joinville a Florianópolis, passando por Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí. Com paradas em Porto Belo – acesso também a Bombinhas – Balneário Piçarras, Barra Velha, Penha. Seria uma maneira de estimular o visitante a circular pelo Litoral, sem ficar parado no trânsito.
Para os moradores, é a alternativa para deixar o carro em casa. Hoje, qualquer viagem entre Joinville e Florianópolis precisa ser calculada levando em conta algumas horas de atraso e muita paciência. Uma viagem sem risco de intercorrências no trânsito é um chamariz interessante para quem precisa se deslocar. Isso funciona em muitos lugares no mundo, e pode ser uma alternativa viável.
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Está na hora de Santa Catarina “sair da caixa” nas soluções para a BR-101.
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