A Polícia Rodoviária Federal (PRF) classificou como “métodos terroristas” as ações para bloquear rodovias em Santa Catarina neste fim de semana. O relatório divulgado nesta segunda-feira (21) traz a síntese do problema: de forma coordenada, radicais golpistas usaram bombas caseiras, derramaram óleo na pista, espalharam pregos para furar pneus e fizeram barricadas em diferentes pontos do Estado.
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Em Araquari, um carro bateu em uma tora de madeira que havia sido jogada sobre a rodovia. Não foi o único acidente causado pelos bloqueios. No Paraná, três adolescentes ficaram feridos depois que a van em que viajavam em uma excursão para o Beto Carrero World, em Penha, foi surpreendida por uma barreira de terra na pista e o motorista não conseguiu frear a tempo.
A comunicação da PRF diz sem rodeios que houve uma “mudança de perfil” nos bloqueios. Se antes havia idosos, mulheres e crianças, agora são majoritariamente homens e com perfil mais violento. O resultado é o mesmo: motoristas parados nas estradas, viagens adiadas, prejuízo.
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A escalada de violência não surpreende. Em SC, o primeiro pico ocorreu em Rio do Sul, no confronto que terminou com dois policiais feridos no pátio da Havan, na margem da BR-470 – e desde então não arrefeceu. É resultado de um início conturbado e de problemas na desmobilização, aliado à conivência silenciosa de altas autoridades da República.
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A poucas semanas do início da alta temporada, os radicais que insistem no fechamento ilegal das rodovias já colocam em risco o fluxo de turistas no verão. Se os bloqueios seguirem ocorrendo, a roda que faz girar o turismo, responsável por 12,5% da economia de Santa Catarina, poderá sofrer as consequências. É preciso considerar que a maior parte dos turistas chega pelas estradas ao Litoral.
Será um desastre para o Estado, que espera ter um verão recorde após dois anos de pandemia e de uma temporada de recuperação, no ano passado, que foi interrompida por uma nova onda de Covid-19.
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A polícia tem agido de forma mais célere para identificar os radicais que atuam ao arrepio da lei nos bloqueios ilegais, e a resposta tem sido dada na Justiça, com bloqueio das contas de alguns dos financiadores dos atos ilegais. Mas o movimento golpista está alicerçado na conivência daqueles que se recusam a assumir a responsabilidade por acalmar os ânimos e determinar a retomada da ordem.
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