A safra da sardinha começou no último sábado (15), com uma pitada de tecnologia. Pela primeira vez, embarcações da frota de cerco de Santa Catarina vão usar informações, geradas por pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que indicarão os locais onde é maior a chance de encontrar os cardumes.

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A pesquisa é custeada por duas gigantes do setor: a GDC, que produz a sardinha enlatada Gomes da Costa, em Itajaí, e a Camil, dona da marca Coqueiro, que é produzida em Navegantes. As duas empresas, concorrentes, investiram juntas R$ 2 milhões para aumentar a produtividade da pesca catarinense.

Ocorre que a produção nacional está hoje muito aquém da demanda das indústrias. A última safra, no ano passado, foi de 12 mil toneladas. O resultado é que as enlatadoras precisaram importar mais de 90% do estoque – só a GDC produz, diariamente, 1,5 milhão de latas de sardinha em Itajaí.

Qualidade nacional

Comprar sardinhas do exterior não é exatamente um bom negócio. O peixe, que vem do Oriente Médio, chega ao Brasil congelado. O processo de descongelamento tem perdas, e a qualidade da sardinha é considerada inferior ao pescado brasileiro.

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Para as indústrias enlatadoras, aumentar a produtividade da pesca nacional significa geração de emprego e renda, e garantia de um produto fresco e superior para trabalhar. Para os armadores de pesca, o upgrade trará fôlego extra para a pescaria mais importante e tradicional da frota industrial de Santa Catarina.

Como funciona

O projeto que será replicado em Itajaí e região já foi testado, com sucesso, na captura da espécie de atum conhecida como bonito-listrado, no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores cruzam uma série de dados, como temperatura e características da água, e conseguem indicar, com precisão, onde estão os cardumes.

Agnaldo Hilton dos Santos, que coordena a Câmara Setorial do Cerco no Sindicato dos Armadores e da Indústria da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) diz que a expectativa é que, com respaldo científico – e boas condições climáticas – a produção catarinense dobre em 2020, chegando a 25 mil toneladas de sardinhas.

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