A mudança de domicílio eleitoral do deputado federal Carlos Chiodini, de Jaraguá do Sul para Itajaí, já é dada como certa no MDB e representa o primeiro grande movimento para as eleições municipais neste início de ano. A ideia é que ele concorra à prefeitura da maior economia do Estado, superando um vácuo de poder inédito na cidade e cumprindo o projeto do partido de propor candidaturas viáveis em todos os grandes municípios do Estado.

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Esta é a primeira vez, em duas décadas, que Itajaí não elegerá Jandir Bellini (PP) ou Volnei Morastoni (MDB) – o primeiro se aposentou da vida pública, e o segundo vai finalizar o mandato de reeleição. São os últimos políticos com estofo estadual na cidade que foi o berço de algumas das principais dinastias a comandar Santa Catarina no passado, os poderosos Konder e Bornhausen.

Curiosamente, o declínio político de Itajaí ocorre num momento em que a economia passa por movimento inverso: a diversificação das atividades econômicas, antes concentradas na pesca e no Porto, fizeram a cidade “voar” nos indicadores. Foi o que motivou uma parte do PIB de Itajaí a procurar uma “solução externa”.

Chiodini “de mudança” para disputar eleição municipal em Itajaí

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Para o MDB, a decisão implica em mudar de domicílio o principal nome do partido no Estado. Chiodini é o presidente estadual do MDB, vice-presidente nacional do partido, e uma das apostas para as eleições estaduais em 2026. Isso deve ser colocado na conta na definição da candidatura.

Se for eleito em Itajaí, e se decidir manter-se no cargo, Chiodini abre espaço para outro nome do partido na disputa pelo governo – Antidio Lunelli ou Mauro de Nadal poderiam se beneficiar desse movimento.
Em Brasília, a hipótese de Chiodini concorrer em Itajaí já repercute. O presidente nacional, Baleia Rossi, tem dito a interlocutores que não gostaria de perder um dos principais membros da bancada do partido no Congresso.

A favor de Chiodini em Itajaí está o fato de que a família tem negócios na cidade – o que o MDB espera que seja capaz de neutralizar as críticas por ser um “forasteiro”. O partido também deve apostar na experiência e no trânsito que o deputado tem em Brasília. Itajaí é uma cidade que depende umbilicalmente das relações com o governo federal, uma vez que mantém o único Porto da União com gestão municipal no Brasil.

O principal adversário do MDB deve vir do PL. O governador Jorginho Mello tem duas opções para Itajaí – o vereador Rubens Angioletti, que foi o mais votado nas últimas eleições, e o atual secretário adjunto de Portos e Aeroportos no Governo do Estado, Robison Coelho, que disputou com Morastoni em 2020.
Outra candidatura em construção é a do vereador Osmar Teixeira, pelo PSD.

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