Áureo de Moraes, chefe de gabinete da reitoria da UFSC, falou neste sábado (26) à coluna sobre a denúncia do deputado estadual Jessé Lopes (PSL) sobre a postura da universidade na condução da greve dos estudantes, e o vídeo em que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, recebe os documentos. Weintraub afirmou, na gravação, a intenção de abrir processos administrativos e “cassar” quem faz “balbúrdia” na universidade.

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O chefe de gabinete disse que a reitoria tratou dos assuntos relacionados à greve, e a animosidade entre estudantes contra e a favor do movimento, com diálogo. E defendeu a mesma postura como forma saudável de atuar politicamente. Moraes diz que o deputado tem meios de apurar eventuais denúncias, e que a universidade não se negaria a atendê-lo.

– Se o parlamentar recebe denúncia contra o reitor ou contra a universidade, marca uma audiência com reitor, faz uma relação institucional, apresenta um documento. Isso é fazer política. É a arte de conversar, inclusive com os diferentes.

Se procurasse a universidade, protocolasse um requerimento, daríamos a ele o tratamento que damos a qualquer um.

– É um perfil parlamentar de uma geração que se construiu com base numa bolha, em que tudo o que fosse diverso, diferente, era esquisito, fruto de liberalidade extrema. É um falso moralismo. Tudo isso amparado ou escorado nas redes sociais. O anonimato das redes sociais trouxe essa excessiva inexistência de limites éticos, e de respeito a outras pessoas – complementou.

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Sobre a fala do ministro, o chefe de gabinete disse que a postura de Weintraub foi de desrespeito à instituição.

– Qualquer autoridade pública que tomar ciência de que algum fato, que implique a menor suspeita de atos de improbidade, tem dever, pela Lei 8.112, de determinar investigação. Todos nós, agentes públicos, sabemos disso.

Mas se referir a uma instituição federal, e todos os rankings e pesquisas estão dizendo o tamanho que tem a UFSC, e à figura do seu reitor, dessa forma, é no mínimo desrespeitoso.

Para Moraes, falta compreensão do que o cargo de ministro representa.

– Não há respeito à liturgia do cargo de ministro de Estado, que tem que manter o equilíbrio nas relações. Ele não está falando per si, está falando pela instituição governo federal.

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O chefe de gabinete diz que houve excessos tanto entre estudantes paralisados, quanto nos que eram críticos à greve – “os extremos estão nos dois lados”, comentou. Afirma, no entanto, que a reitoria procurou tratar os estudantes com respeito e diálogo. Reconheceu que a greve afetou a normalidade na instituição, e procurou mediar o conflito.

– Na cabeça de algumas pessoas, a medida cabível era polícia, violência. O extermínio do diferente, a exclusão do convívio daquele de quem eu discordo. Jamais vamos admitir métodos como esses. Assim como conversamos com os estudantes que estavam paralisados, também se conversou com aqueles que queriam estudar, para mediar uma relação.

Atitudes unilaterais, de exclusão, de violência, não combinam com um ambiente como a universidade.

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