No próximo dia 23 de dezembro completa um ano desde que a obra do Centro de Eventos de Balneário Camboriú – um dos complexos turísticos que mais drenaram recursos públicos no Estado nos últimos tempos – passou pela “entrega” simbólica de fim de mandato. Doze meses depois, a obra pouco avançou e a anunciada concessão à iniciativa privada ainda não aconteceu.

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A construção iniciou em agosto de 2015 e deveria ter ficado pronta em fevereiro de 2017. O custo estimado era de R$ 89 milhões. Saltou para R$ 142 milhões desde então, somados os equipamentos.

Hoje, 97% da obra do Centro de Eventos de Balneário Camboriú está concluída. Praticamente o mesmo percentual de um ano atrás. A licitação do ar condicionado está em fase de recursos. A das divisórias, está em fase de execução. E os elevadores, em fase de finalização do edital para o pregão.

Aditivos


Uma sucessão de aditivos, financeiros e de prazo, levaram ao cenário atual. Erguido à margem da BR-101, no principal corredor turístico e econômico de Santa Catarina, o Centro de Eventos é hoje um monumento à morosidade. Situação agravada pela falta de transparência do Estado em relação aos processos. A Santur afirma, por exemplo, que já tem 32 eventos pré-agendados até 2026. Mas mantém em sigilo as informações sobre eles, alegando que são confidenciais.

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O fato é que, por enquanto, não há contratos oficializados e nem mesmo o preço de ocupação foi estabelecido. A Santur sugere a cobrança de R$ 6,70 por metro quadrado que será utilizado para cada evento, mas o preço final só será definido pela empresa que assumir a gestão do espaço.

Concessão

A concessão é o atual “calcanhar de Aquiles” da obra. Isto porque o Estado optou por aguardar a entrega do Centro de Eventos à iniciativa privada, para só então ativá-lo. Mas a decisão de refazer os estudos de viabilidade, tocados pelo governo passado, alargou os prazos.

Ocorre que o Estado havia entrado de cabeça na obra, quatro anos atrás, sem prever os estudos – o que levou a um procedimento no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Já com atraso, chegou a um modelo de concessão por 30 anos, prorrogáveis por igual período.

Os novos estudos, agora refeitos pela SC Par, indicaram ser mais viável uma concessão mais curta, de 20 anos, sem possibilidade de prorrogação. A mudança embasou o edital que, no momento, segue sob avaliação do TCE. Só depois será lançado ao mercado.

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Havia expectativa do trade turístico de que a própria Santur gerisse o Centro de Eventos temporariamente, enquanto o processo de concessão não termina. No momento, o Estado só admite administrar o espaço se a concessão não finalizar até julho de 2020, prazo previsto para a inauguração.


Investimento


Quanto custou o Centro de Eventos de Balneário Camboriú

Município: R$ 19 milhões


Estado: R$ 50,8 milhões


Governo Federal: R$ 72,2 milhões


Feira internacional


A data prevista para inauguração do Centro de Eventos é acompanhada de perto pela organização da Feira Internacional da Indústria da Moda (Fenin), quem tem edições anualmente em São Paulo e em Gramado (RS). A intenção é realizar a feira do verão 2021 em Balneário Camboriú. Mas, para isso, o Centro de Eventos precisa estar liberado até o mês de junho do ano que vem – um mês antes da previsão de abertura.


Oportunidade


O anúncio de que a feira de verão pode ocorrer em Balneário aguçou o interesse dos expositores. Para Santa Catarina, a feira representa uma movimentação econômica de até R$ 50 milhões. Na última edição, em Gramado, o evento atraiu mais de 33 mil pessoas – grupos de todo o Brasil e também vindos dos países vizinhos na América do Sul e da China, Líbano e Turquia.

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