A catarinense Ana Paula Calaes, que tem formação em Pedagogia e é empreendedora no ensino técnico profissional, foi convidada pelo Ministério da Educação para integrar o Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) formado para elaborar a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (PNEPT), prevista na Lei 14.645, que foi promulgada em agosto passado. Na prática, o grupo vai definir e planejar a educação técnica no Brasil, modalidade de ensino que é apontada por especialistas como a saída para reverter o apagão de mão-de-obra qualificada que afeta mais de 80% das empresas, segundo consultorias especializadas.

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Dentre as atribuições do grupo, que conta com representantes de todos os Ministérios, de entidades e conselhos educacionais e profissionais, do Sistema S e do setor produtivo, estão a elaboração de um diagnóstico da educação profissional e tecnológica do País, de subsídios para definir metas, estratégias e ações a serem implementadas, e um plano de ação para essa modalidade de ensino, que contemple a expansão na oferta de cursos em instituições públicas e privadas. O período de trabalho do GTI será de julho a novembro, com reuniões diárias.

Vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedores de Escolas Técnicas (ABMET), CEO da Escola Técnica Geração, com unidades em Florianópolis e Itajaí, diretora de Educação Profissional da Acif e vice-presidente do Conselho Municipal de Educação de Florianópolis, Ana Paula leva para o grupo uma experiência de 24 anos na formação de mão-de-obra técnica, além do pioneirismo em conectar a formação profissional com o mercado, ampliando a qualificação dos cursos e a empregabilidade.

A sua escola, reconhecida pela formação de profissionais da área da saúde, passou a formatar cursos em parceria com clínicas e hospitais, preparando profissionais com as competências específicas do empregador. Ana também criou programas de recrutamento de alunos em fase de formação, posicionando-os na porta de entrada das empresas. Com essas ações, elevou o índice de empregabilidade dos egressos de seus cursos para mais de 80%, enquanto a média do mercado é de 70%. Entre as instituições parceiras estão o Hospital Baía Sul, na Capital, e o Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

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– Olhar as necessidades do mercado é condição imprescindível para o desenvolvimento do ensino técnico profissionalizante, garantindo assertividade na formação dos profissionais para as empresas e a empregabilidade que o aluno anseia – diz a empreendedora, que tem se dedicado também a estudos sobre o ensino Dual, praticado na Alemanha, no qual o aprendizado prático dos cursos técnicos é realizado diretamente nas empresas, e não em laboratórios.