Um indicador muito importante para Santa Catarina, e que muito nos orgulha, é estarmos no estado mais seguro do Brasil. Isso aumenta a competitividade de SC, traz mais turistas para cá. Mas não vale para as mulheres que sofrem violência em seus relacionamentos.

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O Estado continua a ostentar altos índices de feminicídio e agressões – e dois casos, nesta semana, foram emblemáticos. O primeiro é o da cidade de Presidente Getúlio, onde ocorreu o assassinato da ex-companheira e dos dois filhos pequenos pelo próprio pai. Feminicídio seguido de filicídio. É um dos crimes mais perversos noticiados nos últimos anos.

Essa mulher tinha medida restritiva contra o ex-marido, mas ele a convenceu a discutir a pensão das crianças. E o fato de já ter sido denunciado por ela não foi suficiente para evitar que ele cometesse o crime.

Homem que matou mulher e dois filhos é trazido de helicóptero do PR para SC

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Aí chegamos ao caso de Maracajá. Uma mulher, vítima de violência, tomou coragem para denunciar seu parceiro e procurar ajuda. Sabemos que este é um passo muito importante, e difícil, em casos de relacionamento violente. Ele tentou atacar essa mulher dentro da própria delegacia de polícia, enquanto ela registrava o BO.

Veja detalhes do crime em Presidente Getúlio que chocou SC:

Há muitas camadas nesse caso, passando pela falta de efetivo policial e de delegacias da mulher, que por lei deveriam funcionar em todas as cidades do país. Mas vamos nos concentrar aqui no fato de que, nesses dois casos, temos homens criminosos que não se intimidaram com as autoridades.

Homem invade delegacia enquanto mulher o denunciava e ameaça matá-la em SC

Significa que estamos falhando na proteção às mulheres, que não tem sido suficiente. E também que falhamos miseravelmente a prevenção. Homens que não se intimidam nem com uma delegacia de polícia enxergam a companheira como um objeto que lhe pertence. Isso nos obriga a discurtir não só como aumentar a segurança para as vítimas de violência doméstica, mas também debater como chegamos até aqui.

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É necessária uma mudança culturar para que mulheres e crianças não sejam vítimas de homens que são potenciais criminosos. Isso passa por levar o assunto para as escolas, para o ambiente de trabalho. Mas enquanto os crimes acontecem na vida real, a política catarinense discute impedir escolas de tratarem de equidade de gênero em SC, sob pena de multa.

Para salvar a vida das mulheres catarinenses e seus filhos, é preciso que o Estado leve o assunto a sério.