Compras suspeitas no período de pandemia têm levado poderosos à prisão em diversos estados no país. Em Santa Catarina, havia pressão popular por uma medida mais enérgica desde a primeira fase da Operação O2, deflagrada um mês atrás. Coincidência ou não, os mandados de prisão são cumpridos depois da confirmação do atual secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, de que os aparelhos importados, que custaram R$ 33 milhões aos cofres públicos, sequer servem para pacientes graves de covid-19.

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De todos os problemas técnicos envolvidos na compra – sem entrar nos indícios de corrupção – esse é possivelmente o mais grave. Pessoas que estão na UTI, necessitando de respiração mecânica, precisam de aparelhos que funcionem. A situação só não é catastrófica porque o Estado tem, neste momento, menos casos graves de coronavírus do que o previsto no início da pandemia.

É importante deixar claro que, a esta altura dos fatos, as prisões feitas neste sábado são parte do inquérito, da investigação. Não há, ainda, indicação de culpados ou de inocentes pela polícia e o Ministério Público. Penalidades, seja para quem for, virão após o devido processo legal.

Mas, para o governo, a diferença entre respiradores que servem, ou não, é a medida do desgaste público. Na situação que temos hoje, os responsáveis podem ser identificados e até punidos – mas a mancha de uma compra milionária de equipamentos que não salvarão vidas permanecerá.

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