A fusão entre PSL e DEM, que cria a maior legenda de direita no país, traz uma capilaridade interessante para o projeto do novo partido em SC em 2022. O União Brasil terá cerca de 20 prefeituras no Estado, 30 vice-prefeitos e quase 200 vereadores, um tamanho equivalente ao PL de Jorginho Mello. A abertura de novos palanques, e o tempo de TV superior aos concorrentes, beneficiam diretamente a pré-candidatura de Gean Loureiro ao Governo do Estado.
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Santa Catarina é um dos cinco estados que já estavam na mira do DEM para 2022, e o União Brasil pretende manter os planos. O projeto de Gean foi abraçado pelo deputado federal Fabio Schiochet, presidente do PSL em SC. Ele tem afirmado, e repetiu à coluna, que o prefeito da Capital só não será o candidato do novo partido ao governo se não quiser. O clima é de lua de mel.
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Mas, como em todo casamento de gente experiente, tem muita bagagem a ser descarregada – e a mais pesada delas é o bolsonarismo. O partido nasce com duas alas bem distintas, a que defende o apoio ao projeto de reeleição do presidente Jair do Bolsonaro, e a que levanta a bandeira da terceira via. Não é diferente em sua versão local.
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Governo Gean deve ter novo líder na Câmara de Vereadores
Em SC, ainda que a fusão tenha afastado do PSL alguns nomes no Congresso (Caroline de Toni, Daniel Freitas e Coronel Armando) e na Alesc (onde somente Ricardo Alba deve permanecer no novo partido), o bolsonarismo não esmoreceu. Pelo contrário. Schiochet faz questão de lembrar que o União Brasil nasce com dois ministros de Bolsonaro – Onix Lorenzoni e Tereza Cristina Cristina – e vota com o governo. Gean é mais reticente, diz que a prioridade é concentração de forças para, num segundo momento, definir apoio a Bolsonaro ou a um candidato de terceira via. Só descarta mesmo qualquer aliança à esquerda.
Não há que se esperar do União Brasil uma pureza ideológica que nunca foi o forte dos partidos brasileiros. Mas 2022 dirá se o casamento é sólido o bastante para suportar as diferenças.
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