A mudança no esquema logístico de distribuição de vacinas em Santa Catarina causou problemas na largada da gestão de Carmen Zanotto à frente da Secretaria de Estado da Saúde. A primeira remessa de doses do Ministério da Saúde após a movimentação no comando da pasta estadual veio com regras específicas de distribuição que represaram a entrega aos municípios e inviabilizaram um feriadão com vacinas.

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Nesta manhã, a superintendência de Vigilância em Saúde coordenou uma reunião para estabelecer quantas doses cada cidade vai receber. O Ministério da Saúde só informou na quarta-feira (31), por meio de uma nota técnica, que a maior parte das vacinas que seriam enviadas aos estados eram destinadas à segunda dose. A Secretaria de Estado da Saúde soube, então, que precisaria fazer uma distribuição diferente das anteriores. Mas só na quinta-feira (1º) pela manhã foi informada da quantidade exata de doses que receberia.

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A causa inicial para o problema logístico está na mudança na previsão de entrega de doses da Coronavac pelo Butantan. O instituto informou ao governo que entregará menos vacinas do que o previsto em abril e, como há data certa para tomar a segunda dose, foi necessário direcionar os imunizantes para esse público.

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É um incidente de percurso que pode ocorrer. Mas seria evitável se o Brasil tivesse acordos mais abrangentes com os fabricantes de vacinas, feitos com antecedência.

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A falta de informações no Estado levou muitas prefeituras a desmobilizarem o esquema de vacinação por falta de doses, como ressaltou o colega Evandro de Assis. Até o fim da manhã deste sábado, os municípios ainda não sabiam, por exemplo, quantas vacinas destinadas à segunda dose receberão. Isso atrasa a comunicação à população e a busca ativa pelas pessoas que precisam se vacinar.

A falta de informações também atrapalha a mobilização das equipes de vacinadores, que têm um limite legal de horas extras mensais. Sem saber quantas pessoas terá que imunizar, as prefeituras evitam chamar os profissionais e ‘gastar’ as horas extras disponíveis no feriadão.

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A confusão inviabilizou a promessa da nova secretária de Saúde e da governadora em exercício, Daniela Reinerh, de agilizar a imunização em Santa Catarina. Nos bastidores, deu munição ao grupo mais fiel ao governador afastado, Carlos Moisés (PSL), na campanha de desestabilização do governo da vice. Não era a estreia que esperava Carmen Zanotto.

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