A Portonave, em Navegantes, operou no início do mês a chegada de dois novos caças Gripen F-39 ao Brasil. Fabricados na Suécia, os dois aviões viajaram a bordo de um navio por economia e facilidade burocrática e logística, já que não têm autonomia de voo para a travessia transatlântica. O porto comemorou o sucesso da delicada operação de desembarque das aeronaves, que decolaram na última quinta-feira .
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O transporte dos caças da FAB chamou atenção, mas esta não é a primeira vez que os portos de Santa Catarina operam cargas inusitadas. Uma das mais recentes atrações de Balneário Camboriú, a roda gigante FG Big Wheel também chegou ao Brasil por Navegantes.
Com 65 metros de altura, a estrutura, construída na China, veio desmontada. As cabines, que foram fabricadas na Holanda, e os componentes eletrônicos, feitos na Alemanha, chegaram em 2020 a bordo do navio APL Florida.
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No setor de entretenimento, o porto de Navegantes também já havia operado, em 2008, a chegada da montanha-russa Fire Whip, do Beto Carrero World, ao Brasil. Foi a primeira montanha-russa invertida a chegar ao país e, na época, era a maior da América Latina. A estrutura veio do Japão, onde estava instalada no parque anexo ao autódromo de Suzuka, onde era chamada de Black Out.
Os portos de SC também atuam fortemente no transporte de iates, que são fabricados pelos estaleiros instalados no Estado e enviado para várias partes do mundo. A exportação das embarcações de lazer vem aumentando, e impacta positivamente os números de movimentação dos terminais portuários locais.
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Em 2017, o embarque de um iate no Porto de Itajaí virou notícia nacional. Uma embarcação de luxo avaliada em R$ 30 milhões, que pertencia a Joesley Batista, foi colocada em um navio e levada até Miami, para onde os irmãos Batista haviam se mudado após terem feito delação premiada na Justiça.
O Porto de Itajaí, operado pela APM Terminals, também recebe regularmente carros importados, que podem vir de maneira convencional, em contêineres, ou em navios “diferentões” que são especializados nesse tipo de transporte, chamados RoRo (roll on roll off).
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Os navios RoRo, que haviam desaparecido da costa catarinense durante o período mais crítico da pandemia, voltaram a aportar em Itajaí em março, com um carregamento da BMW. Essas embarcações chamam atenção porque a estrutura é totalmente fechada, diferente de um cargueiro comum. Elas funcionam como uma gigantesca cegonheira, onde os carros viajam protegidos. Internamente, lembra a estrutura de um estacionamento vertical, com vários andares interligados por rampas.
Por que SC
O setor portuário no Estado tem características que colaboram para atrair movimentações “diferentes”. A primeira delas é a reconhecida capacidade operacional, que já rendeu aos portos locais premiações nacionais e internacionais. A Portonave, por exemplo, foi o primeiro porto brasileiro a receber o cobiçado Lloyd`s List Global Awards como Operador Portuário do Ano, em 2013. O Porto de Itapoá, por sua vez, já teve a melhor nota entre os usuários de portos brasileiros em pesquisa do Instituto de Logística e Supplpy Chain.
Além da capacidade, os portos de SC têm vantagem competitiva com tributações especiais. Reduções de alíquotas atraíram empresas de logística e comércio exterior e aumentaram a movimentação nos terminais. O Complexo Portuário do Itajaí-Açu é o segundo do Brasil na operação de contêineires, atrás apenas do Porto de Santos.
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