A apuração da Polícia Federal sobre apreensão de 392 quilos de cocaína na Portonave, em Navegantes, na madrugada desta sexta-feira, indicam que a droga chegou ao terminal em um caminhão-contêiner vazio. O caminhoneiro, que está preso, tinha agendado a retirada de um contêiner de exportação, por isso teve a entrada autorizada no pátio.

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Dentro do caminhão estavam quatro pessoas, que localizaram o contêiner escolhido para o transporte da droga, romperam o lacre, e carregaram com bolsas de viagem onde estavam os tabletes de cocaína.

Originalmente, o contêiner, que seria enviado ao porto de Valência, na Espanha, estava carregado de madeira. Essas pessoas usavam balaclavas — toucas que cobrem o rosto — e conseguiram fugir em direção ao Rio Itajaí-Açu.

Tentativa de burlar fiscalização

Foi a movimentação dos mascarados que chamou atenção da equipe de monitoramento do terminal portuário, que chamou a polícia. Para o delegado Oscar Biffi, da delegacia da Polícia Federal de Itajaí, a colocação da droga no contêiner após a entrada no porto foi uma tentativa de burlar o esquema de segurança: a carga já havia passado por scanner e estava pronta para embarcar no navio quando recebeu a droga.

É a primeira vez que a polícia identifica esse modus operandi no Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que integra os portos de Itajaí e Navegantes.

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A investigação vai apurar, agora, como os criminosos sabiam onde estava e qual era o contêiner que deveria ser aberto para a receber as bolsas cheias de tabletes de cocaína.

Por enquanto, não é possível saber se esse tipo de ação já havia sido feito com sucesso outras vezes.

Motorista é de Itajaí

O motorista preso é de Itajaí e trabalha como transportador autônomo. Ele será encaminhado ao Complexo Prisional da Canhanduba.

— Nossa conclusão é de que ele tinha ciência (de que transportava a droga) estava com as pessoas que entraram para contaminar o contêiner, transportou a droga e as pessoas para dentro do porto — diz o delegado.

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Esta é a quarta apreensão de cocaína feita nos portos de Itajaí e Navegantes este ano. Somadas, as interceptações chegam a cerca de 4 toneladas da droga – um número recorde. Em todos os casos, este ano, os contêineres carregados com cocaína tinham como destino portos europeus.