Candidatos a prefeito em todas 22 capitais brasileiras, incluindo Florianópolis, receberão uma carta de compromisso com cinco propostas para estimular o livro e a leitura. Assinado pela Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional(Abrelivros), Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o documento defende o investimento em programas e políticas públicas que garantam o acesso à leitura.

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A carta traz cinco compromissos. O primeiro deles é a ampliação e melhoria da rede de bibliotecas municipais e escolares, com atualização dos acervos. O pedido leva em conta a estimativa de que 60% das escolas públicas brasileiras não têm bibliotecas.

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O segundo compromisso é a formação de mediadores de leitura, ou seja, treinar professores e bibliotecários para que estejam aptos para estimular e formar novos leitores, especialmente entre crianças que não têm acesso a livros em casa. O documento pede ainda o apoio dos futuros prefeitos a eventos literários, saraus e feiras do livro, a implantação de Planos Municipais de do Livro e da Leitura, e políticas de incentivo à abertura e manutenção de livrarias.

Pesquisa em Florianópolis

A carta de compromisso vem no rastro da pesquisa Retrados da Leitura nas Capitais, encomendada ao Ibope Inteligência pelo Instituto Pró-Livro. Os dados revelam que o nível de leitura em Santa Catarina ainda é baixo, e tem espaço para crescer. Os índices não diferem muito do restante do país.

Dos entrevistados na pesquisa em Florianópolis, que foi feita entre outubro de 2019 e janeiro de 2020 – ou seja, antes da pandemia – 56% relataram que são leitores. Isso significa que 260 mil pessoas leram um livro, ou um trecho de livro, nos últimos três meses.

O dado revela que 44% dos moradores da Capital não leem, um índice semelhante à média brasileira, que é de 48%.

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A pesquisa também revela que as mulheres leem mais do que os homens. Elas correspondem a 59% dos leitores.

Outro índice que chama atenção é que 42% dos entrevistados disseram que leem porque gostam. Não se trata de uma obrigação profissional ou de estudos, por exemplo. Mas a frequência em feiras literárias é muito baixa: apenas 23% costumam visitar festivais e saraus de leitura.

As livrarias físicas são principal acesso a livros para 42% dos moradores de Florianópolis. O índice chama atenção porque as livrarias foram fortemente afetadas pela crise econômica, agravada pela pandemia. O problema atingiu desde as pequenas lojas até as grandes redes. 

O dado indica a importância das políticas de incentivo, em especial diante da intenção do Ministério da Economia de taxar os livros em meio à reforma tributária – o que, de imediato, aumenta os preços em 12%.

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