O clima azedou nos últimos dias entre a campanha de Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP). Tecnicamente empatados na pesquisa Ipec contratada pela NSC, os dois senadores que disputam a raia bolsonarista precisam buscar votos um do outro para crescer na disputa.

Continua depois da publicidade

> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

O episódio mais emblemático foi a discussão entre os dois, fora dos microfones, durante o debate promovido na Unesc. Amin disse que foi o único senador de Santa Catarina a criticar a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – um assunto sensível para o bolsonarismo. Jorginho contestou. O bate-boca, longe dos microfones, só cessou quando o mediador interveio para pedir silêncio.

O aumento de temperatura era previsto. Há poucos dias, escrevi na coluna sobre a tendência de que a raia bolsonarista sofresse com o fenômeno da autofagia, ou seja, um candidato tentando minar as chances do outro.

A disputa é acirrada e ocorre até na Justiça. O PL de Jorginho Mello foi ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para impedir Gean Loureiro (União Brasil) de usar a imagem de Bolsonaro na campanha. Conseguiu a liminar, mas a “guerra” judicial continua.

Continua depois da publicidade

Mesmo quem não está “colado” em Bolsonaro busca dialogar com o eleitor do presidente, na tentativa de capturar uma fatia do eleitorado em uma disputa local que segue acirrada e incerta.

Prova disso é que a propaganda eleitoral na TV tenha estreado com o governador Carlos Moisés (Republicanos) atirando com uma pistola. Um claro aceno aos armamentistas, que são uma base importante do eleitorado de Bolsonaro – apesar do governador ter apostado num discurso de “centro”.

A esta altura, Santa Catarina vive uma curiosa competição entre candidatos que tentam provar ao eleitor não quem está mais preparado para governar o Estado – mas quem é o mais bolsonarista entre os bolsonaristas.