Ex-prefeito de Balneário Camboriú e pré-candidato a deputado estadual, Edson Piriquito (Republicanos) encontrou um jeito de “causar” e virar assunto no Twitter, em todo o país. Lançou uma inacreditável campanha para que seja suspenso o plantio de restinga na Praia Central – um condicionante ambiental imposto pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) para as obras de alargamento. Uma de suas postagens, que viralizou, diz que a praia “é para as pessoas e não da restinga”.

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Piriquito também lançou um abaixo-assinado virtual para que o plantio da restinga passe por audiência pública. Até sábado (18) à tarde, havia reunido 1.158 assinaturas. Os argumentos são o que poderíamos chamar de inusitados. Na cidade onde não há limite de altura para as construções e os arranha-céus à beira-mar fazem sombra na faixa de areia, o ex-prefeito diz que a vegetação vai “mudar bruscamente as características da praia” porque mudará a paisagem “de uma praia que é totalmente urbana”.

O abaixo-assinado também diz que a vegetação vai atrair animais peçonhentos, “encobrir atos ilícitos” e “se tornar um banheiro para desocupados”.

A publicação tem rendido uma chuva de críticas nas redes sociais – principalmente dos especialistas, que têm lembrado que a restinga é um cinturão de proteção à costa, que evita a erosão e segura o avanço do mar. A vegetação é nativa em todas as praias brasileiras, embora tenha sido negligenciada em locais como Balneário Camboriú. É tão importante, que é considerada por lei como área de preservação permanente.

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Vídeos que mostram didaticamente por que a restinga é fundamental para o ambiente costeiro têm sido compartilhados.

O plantio da restinga na Praia Central de Balneário começou recentemente, e está na fase de preparação. De acordo com o projeto, toda a extensão da orla terá uma faixa de vegetação que a protegerá da erosão – e, de quebra, servirá como uma salvaguarda natural para as obras de alargamento, reduzindo o risco de que o investimento milionário seja “engolido” pelas ondas.

Serão 10 meses para delimitação de áreas com cercas e trilhas, e 18 meses de plantio do cinturão verde, com 33 mil mudas de espécies nativas. A fase seguinte será de monitoramento e retirada de espécies invasoras.

As dunas e a restinga serão instaladas a uma distância de 25 a 30 metros do atual calçadão, porque já levam em conta o espaço necessário às obras de reurbanização, que estenderão o passeio areia adentro. O investimento do município é de R$ 1,2 milhão.

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