Os terrenos à beira-mar na Praia de Taquarinhas, a última praia deserta de Balneário Camboriú, voltaram a aparecer em sites de leilão e venda direta de imóveis, dentro e fora do Estado. O seis lotes estão em posse da Caixa Econômica Federal, que aceitou os terrenos como garantia de um empréstimo milionário tomado por uma construtura do Paraná, que não foi pago.
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Ao todo, são 597 mil metros quadrados. No edital publicado por casas de leilão, ao qual a coluna teve acesso, o prazo para recebimento de propostas era até 1º de novembro. Constava um alerta sobre as restrições construtivas da área, que é praticamente toda considerada de preservação permanente.
A coluna procurou a Caixa reiteradamente desde o domingo, 3 de novembro – sem resposta. Os questionamentos foram enviados à assessoria do banco em Santa Catarina e também à comunicação da Caixa Econômica Federal em Brasília. Extraoficialmente, a informação foi de que o banco estatal não se manifestaria.
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O vereador André Meirinho (PP) também procurou a Caixa via Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, mas tampouco foi respondido.
Conheça a Praia de Taquarinhas:
A confirmação da veracidade da nova tentativa de venda dos terrenos de Taquarinhas é uma demanda importante para Santa Catarina, diante das negociações para que o banco ceda as áreas ao Estado ou ao município de Balneário Camboriú para que se tornem um parque ambiental. A manutenção da praia intocada é uma demanda histórica na região, já que se trata de algo sui generis: uma orla totalmente deserta na cidade que é conhecida pela profusão de arranha-céus.
Pelo anúncio divulgado, Taquarinhas teria sido anunciada em venda direta por R$ 30 milhões – um valor irrisório diante do preço médio do metro quadrado em Balneário Camboriú, que é o mais caro do país. São R$ 200 milhões a menos que no primeiro leilão da área, em julho de 2019. Semanas depois, os lotes voltaram a ser anunciados em pregão com desconto, por R$ 87 milhões. Diante do valor elevado e das restrições construtivas, os terrenos não foram arrematados.
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Em tese, por estarem na lista de patrimônio decorrente de alienação fiduciária da Caixa, as áreas devem ser oferecidas em venda direta se não forem arrematadas em leilão, para ressarcir o prejuízo do banco.
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