A vereadora Carla Ayres (PT) se mostrou inconformada com a punição aplicada pela Câmara Municipal de Florianópolis ao vereador Marquinhos da Silva (PSC), que receberá uma advertência pública escrita. No dia 7 de dezembro do ano passado, após a discussão de um projeto em sessão, o parlamentar a agarrou por trás e tentou beijá-la à força.
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Em nota, a veredora considerou a penalidade desproporcional ao que fato, que virou notícia em todo o país. A punição foi aprovada nesta segunda-feira (14), com 18 votos favoráveis e 1 contrário.
Marquinhos chegou a ficar licenciado do cargo após a repercussão do caso – o que levou o Conselho de Ética da Câmara a cogitar o arquivamento do processo. Com o retorno do parlamentar ao mandato, o processo voltou a tramitar e foi concluído com a aprovação do parecer da vereadora Maryanne Mattos (PL), indicando a aplicação da advertência pública escrita – a pena mais branda do Código de Ética e Decoro Parlamentar. Na denúncia, Carla pedia a punição máxima, que é a cassação do parlamentar por quebra de decoro.
VÍDEO: vereadora sofre assédio em sessão da Câmara de Florianópolis
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– É incontestável que houve a quebra de decoro parlamentar. As imagens são públicas e foram intensamente compartilhadas nas redes sociais e nos meios de comunicação. Em nossa denúncia, pedimos a cassação e esse também era o entendimento de uma série de instituições que manifestaram seu repúdio ao comportamento do referido vereador – diz.
A vereadora afirma ainda que a Câmara “perde oportunidade de dar exemplo”.
– A Câmara Municipal de Florianópolis perde a oportunidade de dar o exemplo à sociedade. A descrença na política se fortalece toda vez que um representante eleito confronta o decoro parlamentar. Se quisermos o respeito das pessoas ao legislativo, precisamos preservar as relações respeitosas, éticas e republicanas.
Carla Ayres diz ainda que o argumento da cordialidade entre os colegas de Plenário não serve como justificativa para o comportamento do vereador.
– É preciso distinguir cordialidade do que é um ato absolutamente invasivo e violento sobre o corpo das mulheres. Se uma mulher não autoriza, um homem jamais pode agarrá-la e tentar beijá-la contra a sua vontade. Como Procuradora Especial da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis, tenho o dever de mostrar às mulheres que não podemos silenciar jamais diante das violências.
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Logo após o ocorrido, Carla Ayres recebeu uma série de manifestações públicas de apoio. Entre elas, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente.