A exemplo de outros destinos cobiçados no Litoral de Santa Catarina, como Florianópolis e Balneário Camboriú, Bombinhas tem praias com problemas crônicos de balneabilidade. Seria mais uma cidade entre tantas a enfrentarem o mesmo problema, não fosse o fato de que o pequeno município da Costa Esmeralda, cercado de praias paradisíacas, é o único em Santa Catarina – e um dos únicos do Brasil – a cobrar Taxa de Preservação Ambiental (TPA).
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Na prática, a cidade exige que os turistas paguem até R$ 191 em pedágio pela preservação do meio ambiente, mas não consegue entregar a garantia de um banho de mar em águas 100% limpas.
Os dois pontos críticos de balneabilidade em Bombinhas estão nas duas praias mais frequentadas da cidade. Um deles fica na altura da Rua Tiriba, onde desemboca o Rio da Barra, na Praia de Bombas. O local está impróprio para banho desde o início do verão – e permaneceu assim, impróprio, ao longo de todo o ano passado, em 50 análises de balneabilidade feitas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Praia dos argentinos em Florianópolis tem maioria dos pontos impróprios para banho
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O outro local onde a impropriedade é crônica é o canto da Praia de Bombinhas, onde também escoa um curso d´água. Ali, em 50 análises feitas ao longo de 2024, apenas quatro indicaram local próprio para banho. O ponto segue imprório desde o início de 2025.
Veja imagens de Bombinhas:
A prefeitura de Bombinhas informou que está trabalhando para melhorar o sistema de esgoto na cidade, que é privatizado. Até agora, foram concluídos 40 mil metros de rede coletora e efetuadas 2,3 mil ligações. Para este ano, é prevista a construção de uma nova estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
O trabalho está em andamento, e isso é positivo, porque deve solucionar os problemas com despejo irregular e falta de tratamento. Mas, em nome da coerência, faria sentido a prefeitura interromper a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) até ter a balneabilidade 100% resolvida.
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Pensado para reduzir a carga turística em um local de meio ambiente sensível, o pedágio é polêmico porque não há limite de acesso à cidade, como ocorre em locais como Fernando de Noronha – o que faz da TPA um instrumento arrecadatório, com finalidade específica.
Pela lei que instituiu a cobrança, os valores arrecadados com o pedágio ambiental não poderiam ser destinados a obras de saneamento. Mas, enquanto o problema com a balneabilidade persistir, a TPA será uma incoerência.